Fernando Silva, de Sumaré17/06/2021 | 06:37
Confiante no avanço
do plano de vacinação contra a Covid-19 em São Paulo, a organização da etapa
brasileira do Mundial de F1, que levará o nome de GP de São Paulo a partir de
2021, vai abrir a venda de ingressos a partir de 18 de junho e confia em reunir
120 mil pessoas no combinado dos três dias de evento. Mas o Brasil, que vive a
chamada terceira onda da pandemia, segue na lista vermelha do governo do Reino
Unido sobre restrições de viagens
O GP de São Paulo
de Fórmula 1,
etapa marcada para os dias 5 a 7 de novembro, em Interlagos, vai abrir a venda de ingressos
para a prova a partir desta sexta-feira (18). Em notícia veiculada pelo jornal
Folha de S.Paulo e confirmada pelo GRANDE PRÊMIO, a
organização responsável pelo GP pretende fazer do evento o primeiro com grande
público em São Paulo desde março 2020, quando a pandemia de Covid-19
impossibilitou a presença de público em arenas esportivas. A confiança maior
está, principalmente, no avanço da vacinação nos próximos meses no estado.
Alan Adler, promotor do GP de São Paulo, novo nome da etapa
brasileira do Mundial de F1, aposta no avanço do plano de vacinação no estado
para garantir uma boa presença de público. A expectativa do empresário é de
poder reunir até 40 mil pessoas em cada um dos três dias de evento, totalizando
120 mil espectadores ao longo do fim de semana.
Interlagos, com estrutura específica para a Fórmula 1, o que
compreende a instalação de arquibancadas provisórias, reúne capacidade para
receber um público de até 70 mil pessoas por dia.
Com
valores ainda não divulgados, a organização do GP de São Paulo vai iniciar as
vendas a partir de sexta-feira. Primeiro, para um público específico, que
compreende frequentadores mais assíduos do GP do Brasil e que faz parte da base
de dados da organização do evento. Depois, a partir de 19h do mesmo dia, o
público geral poderá se cadastrar no site oficial do GP de São Paulo, www.f1saopaulo.com.br,
para poder adquirir ingressos do segundo lote, que serão vendidos a partir da
próxima terça-feira.
A organização do GP de São Paulo pretende adotar um procedimento
padrão nos eventos do Mundial de Fórmula 1 na Europa e também nos jogos da
Eurocopa 2020 e vai exigir do público documento que comprove a aplicação das
duas doses de vacina contra a Covid-19, quantidade necessária para que seja
alcançada a imunização contra o novo coronavírus.
João
Doria, governador de São Paulo, anunciou no último domingo a antecipação do
plano de vacinação no estado com a promessa de vacinar toda a população até 18
anos com a primeira dose da vacina até 15 de setembro. O imunizante da
Coronavac, produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório
chinês Sinovac, tem um prazo de 28 dias para aplicação da segunda dose,
enquanto as vacinas da Oxford AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fiocruz, e
da Pfizer, têm prazo de três meses para a segunda dose.
De acordo com o Vacinômetro, ferramenta lançada pelo governo de
São Paulo para acompanhamento em tempo real da vacinação no estado, 14.370.792
pessoas receberam a primeira dose, enquanto 5.988.143 já foram vacinadas com a
segunda dose do imunizante, o que dá um percentual de 12,94% da população
imunizada (números atualizados nesta quinta-feira). A cidade de São Paulo, onde
está localizado o Autódromo de Interlagos, tem 4.133.900 pessoas que receberam
a primeira dose, enquanto 1.645.187 foram imunizadas com a segunda.
No entanto, em que pese o otimismo da organização do GP de São
Paulo e mesmo com o avanço da vacinação no estado, o país convive com o avanço
da chamada terceira onda da pandemia. Em números informados na última
quarta-feira pelo consórcio de imprensa composto pelos veículos de comunicação
UOL, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra, o Brasil
registrou 2.673 vidas perdidas nas últimas 24 horas e voltou a ter média móvel
de óbitos acima de 2.000. Ao todo, segundo dados registrados até quarta-feira,
o Brasil tem 493.837 mortes causada pela Covid-19 desde o início da pandemia.
Há outro fato que torna a realização do GP de São Paulo
complicada é o conjunto das restrições impostas pelo governo britânico, país
onde estão sediadas sete das dez equipes da Fórmula 1 (Mercedes, Red Bull, McLaren, Alpine, Haas,
Williams e Aston Martin), além de boa parte da
organização e área técnica da categoria e também de muitos profissionais da
Pirelli. O Brasil segue parte da chamada lista vermelha de restrições.
Todo cidadão britânico, irlandês ou que tenha residência no
Reino Unido, tem a recomendação de não viajar para países que fazem parte da
lista vermelha. Mesmo assim, caso estiverem em um dos países listados, o
cidadão terá de fazer um teste de Covid-19 e apresentar resultado negativo
antes do retorno ao Reino Unido e ficar em quarentena em um dos hotéis
indicados pelo governo, além de ser submetido a mais dois testes de Covid-19
antes da liberação em solo britânico.
Ciente do cenário atual no Brasil e também das restrições frente
à pandemia na Austrália, país que conseguiu se isolar do novo coronavírus, a
Fórmula 1 trabalha com alternativas para garantir o cumprimento do calendário
com 23 GPs, conforme plano original do Liberty Media para 2021.
De acordo com a revista alemã Auto Motor und Sport,
a organização do Mundial cogita uma rodada dupla em Austin, no Circuito das Américas,
no Texas, ou
até mesmo uma prova em Indianápolis, no circuito misto. Outras alternativas
compreendem a volta do GP da Malásia, o retorno a Xangai para o GP da China —
que não foi oficialmente cancelado —, uma nova rodada dupla no Bahrein, como
aconteceu em 2020, ou até mesmo uma etapa em Losail, no Catar, habitual palco
da MotoGP.
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