A Fórmula 1 repreendeu as observações preconceituosas feitas por Nelson Piquet sobre Lewis Hamilton, da Mercedes, que recentemente ganharam força nas mídias sociais.
Piquet proferiu uma fala considerada de cunho racista a Hamilton ao falar em uma entrevista dada ao canal Motorsports Talk, no YouTube, em 2021, relatando o confronto entre o heptacampeão e Max Verstappen em Silverstone.
Embora a conversa tenha sido gravada em novembro, a entrevista foi recentemente descoberta nas plataformas de mídia social – com a linguagem de Piquet ("n****nho") sendo condenada pela F1.
"Linguagem discriminatória ou racista é inaceitável de qualquer forma e não deve fazer parte da sociedade. Lewis é um embaixador incrível do nosso esporte e merece respeito", diz o comunicado.
“Seus esforços incansáveis para aumentar a diversidade e a inclusão são uma lição para muitos e algo com o que estamos comprometidos na F1”.
A Mercedes também divulgou uma declaração de apoio ao seu piloto, acrescentando: "Condenamos nos termos mais fortes qualquer uso de linguagem racista ou discriminatória de qualquer tipo."
"Lewis liderou os esforços do nosso esporte para combater o racismo e ele é um verdadeiro campeão da diversidade dentro e fora das pistas."
“Juntos, compartilhamos a visão de um automobilismo diversificado e inclusivo, e este episódio destaca a importância fundamental de continuar lutando por um futuro melhor”
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que regula o esporte, postou a seguinte mensagem nas redes: "A FIA condena fortemente qualquer expressão racista ou discriminatória, que não tem lugar no esporte ou na sociedade. Prestamos nossa solidariedade a Lewis Hamilton e nosso apoio ao seu compromisso pela igualdade, diversidade e inclusão no esporte a motor.
Piquet, tricampeão da F1, conquistou a coroa com a Brabham em 1981 e 1983 e levantou seu terceiro título com a Williams em 1987.
No momento, não se sabe se a F1 tomará alguma medida contra Piquet após seus comentários, mas poderia restringir seu acesso ao paddock.
A categoria lançou a iniciativa #WeRaceAsOne após o assassinato de George Floyd por policiais em Minneapolis em meio à retomada das corridas na pandemia de Covid-19, em 2020, para aumentar a conscientização sobre questões sociais globais e promover um esporte mais sustentável.
No entanto, o gesto pré-corrida no grid empregado nas temporadas 2020 e 2021, marcado por pilotos ajoelhados contra o racismo, foi deixado de lado para 2022.
Hamilton liderou várias iniciativas para melhorar a diversidade na F1 e no mundo do automobilismo em geral, estabelecendo a Comissão Hamilton para compreender a relativa falta de envolvimento de minorias nas corridas.
Seu relatório, produzido após 10 meses de pesquisa, fez recomendações para melhorar o nível de diversidade entre aqueles que trabalham no automobilismo.
A Mercedes também apresentou seu próprio projeto, o Accelerate 25, ajudando a fornecer iniciativas educacionais direcionadas a pessoas de origens sub-representadas e ajudando-as a desenvolver interesse em carreiras.
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