por Gerson Campos 18 de abril de 2011 - 10:45
No GP da Alemanha de 2010, quando Felipe Massa escutou de Rob Smedley (engenheiro de pista do brasileiro) a famigerada “Fernando está mais rápido que você”, pouca gente lembra que, ao final da corrida, Massa também ouviu um “Felipe Massa está de volta”. É claro que a segunda frase foi um consolo depois do constrangedor jogo de equipe que abalou a moral do brasileiro durante todo o segundo semestre de 2010. Massa realmente fez uma boa corrida naquele GP da Alemanha, mas foi só. O resto da temporada foi discreto, e Felipe não conseguiu ameaçar Alonso. Massa começou 2011 com uma corrida ruim na Austrália, evoluiu ao fazer um bom GP na Malásia e confirmou a ascensão ao chegar à frente de Alonso durante a prova de domingo passado na China. Agora, sim, parece estar de volta. Combativo, preciso e confiante, Felipe fez uma corrida para subir ao pódio. O problema foi a estratégia de apenas duas paradas escolhida pela Ferrari, que derrubou as chances de qualquer coisa melhor que o sexto lugar de domingo. Sebastian Vettel, que dominou os treinos com folga, também sofreu fazendo apenas dois pit stops. Basta ver que Mark Webber, com três paradas, partiu de 18º para o pódio a apenas 2s3 de Vettel. Webber poderia ter vencido se a corrida tivesse 10 voltas a mais, o que prova como a Red Bull ainda é superior e a vitória de Lewis Hamilton foi muito mais mérito da estratégia do que da qualidade da McLaren. O que, de forma alguma, tira o mérito de Hamilton, que fez uma corrida fantástica. Voltando a falar de Massa: depois de ter ficado a apenas 0s026 de Alonso na classificação, Felipe largou novamente melhor e manteve um bom ritmo durante toda a prova. A Ferrari tentou o pulo do gato ao apostar que os pneus duros garantiriam um bom ritmo no fim da corrida, mas eles não resistiram bem. Quase dois segundos mais lento que os rivais, Massa não tinha como resistir às asas móveis de quem vinha atrás na gigantesca reta do circuito chinês. Fosse em Mônaco, talvez tivesse conseguido ficar em segundo.
Em determinado momento da prova essa era a perspectiva real, mas os pneus não permitiram que ela se concretizasse. Foi uma boa lição para Red Bull e Ferrari. O que importa para o brasileiro não é o resultado em si. É ter feito uma prova consistente e bem melhor que a de Alonso. “Esto muito feliz com o meu desempenho. Foi a melhor corrida neste ano e uma das melhores em comparação com as do ano passado”, disse Massa depois da corrida. Como nunca é demais lembrar, confiança é um ingrediente fundamental no automobilismo. E parece estar voltando à receita de Massa, que tinha desandado. Afinal, como disse Vettel recentemente sobre Felipe, “pilotos não desaprendem de uma hora para outra”.
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