por Gerson Campos 25 de abril de 2011 - 11:02
Barrichello pilotou carros médios da Jordan em 1993, 1994, 1995 e 1996. Entre 95 e 96, teve a promessa de que teria um carro de ponta, já que a equipe contava com o apoio da Peugeot. Não teve e conseguiu apenas um pódio em 95.
Em 1997, Rubens apostou no projeto de Jackie Stewart em parceria com a Ford. Andou em carros tenebrosos em 1997 e 1998. Em 1999, finalmente sentou em algo que prestava. Com o modelo daquele ano, liderou o GP do Brasil, subiu no pódio três vezes e conseguiu a vaga na Ferrari para a temporada seguinte. Estava no auge de uma carreira que quase acabou em 1996, quando a história na Jordan chegava ao fim.
A despeito da trajetória em Maranello, da parceria (ou não) com Michael Schumacher e de todas as polêmicas que cercam os seis anos de Barrichello no time italiano, Rubens teve carro para brigar pelo título em 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004 – Schumacher foi pentacampeão nesses anos. Barrichello ganhou nove corridas nesse período e foi vice-campeão duas vezes (2002 e 2004), mas nunca esteve efetivamente na briga pelo campeonato. Em
A chegada da temporada 2006 e a estreia na Honda marcavam uma nova era na carreira do brasileiro. A equipe japonesa parecia comprometida em ganhar corridas, mas a primeira temporada na casa nova não trouxe grandes resultados. Nem um mísero pódio.
Mas o maior golpe na motivação de Rubens Barrichello veio em 2007. Com uma filosofia inovadora, a Honda apresentou um carro sem patrocínios. A pintura trazia apenas imagens de satélite da Terra com a inscrição “Earth Dream”, algo como “Terra dos Sonhos”. Foi um pesadelo. Talvez o maior vexame de uma equipe grande (em termos de orçamento) na história.
A Honda não marcou sequer um ponto naquele ano e até mesmo Schumacher, aposentado em 2006, sugeriu a Barrichello que também tirasse o time de campo. Rubens agradeceu o conselho e decidiu tentar novamente em 2008.
Tinha tudo para ser o fim, afinal, ninguém sabia o que seria do espólio da Honda e Barrichello era um piloto caro e velho demais para embarcar em um novo projeto.
Não foi. Em um roteiro que não seria melhor se fosse escrito em Hollywood, a Brawn resgatou o que sobrou da Honda, sapecou um motor Mercedes, fez o melhor carro do grid e o colocou nas mãos de Rubens Barrichello e Jenson Button. Os dois estavam, pela primeira vez, efetivamente na briga pelo título. Como se sabe, Button levou a melhor.
Mesmo assim, Barrichello ainda lucrou muito. Foi um candidato franco ao campeonato mundial até as últimas provas e voltou ao mercado de pilotos.
Acertou com a Williams para 2010, fez um campeonato excelente para o carro que tinha em mãos, impressionou a cúpula do time de Grove e ganhou espaço para prolongar a carreira além dos 300 GPs, algo que parecia impensável há alguns anos.
E tudo com a motivação de um piloto em início de carreira mesmo com a missão de desenvolver o 18º carro de Fórmula 1 de sua carreira, o que é louvável para um profissional que já tem uma situação financeira mais que estabilizada, acumula 11 vitórias no currículo e é o quarto maior pontuador da história da F1.
Mas 2011 trouxe uma novo balde de água fria. O carro é ruim, a equipe perdeu patrocinadores – e por isso os recursos são escassos para desenvolvê-lo – e já se fala da saída de Sam Michael, diretor-técnico da Williams.
É claro que o mundo dá voltas – e o episódio da Brawn em 2009 prova isso –, mas é extremamente improvável que Barrichello cave um lugar em uma equipe competitiva a esta altura da carreira ou mesmo consiga levar a hoje limitada estrutura da Williams a brigar por vitórias novamente.
Motivação tem limite. Quando chegará o de Barrichello?
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