sexta-feira, 17 de novembro de 2017

“A Fórmula 1 era muito chata no tempo do Senna”, diz Felipe Massa

Prestes a se aposentar, Felipe Massa venceu 11 GPs, protagonizou uma eletrizante disputa com Lewis Hamilton e sobreviveu a um terrível acidente



Em 45 anos de história de GP Brasil de F1, o público jamais viu uma cena como aquela de 2016: Felipe Massa sendo aplaudido de pé em sua despedida em Interlagos, onde, duas décadas antes, entrou como entregador de marmitas só para ver os carros de perto.
Eis que, em uma reviravolta após a aposentadoria do campeão Nico Rosberg, Massa voltou ao grid no início de 2017. Mas ele chega a Interlagos em situação parecida: com a (segunda) aposentadoria confirmada, após uma série de situações desconfortáveis com a Williams – que já cogita Robert Kubica e outros pilotos para o seu lugar.
Aos 36 anos, Massa é o único (e talvez o último) representante de um país que ostenta oito títulos mundiais com Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.
E o nono quase veio nessa mesma pista, em 2008, naquela que é apontada como a decisão mais emocionante da história. Massa venceu, mas Lewis Hamilton fez uma ultrapassagem na última curva da última volta da última corrida para chegar em quinto e vencer o Mundial por um mísero ponto. Hoje, é o inglês quem dá as cartas na F1.
Campeão nas categorias de base, do kart à F3000, Massa é o que se pode chamar de “self-made man”: teve que vender certa vez o prêmio por uma pole position, 150 cervejas, para continuar correndo.
Felipe Massa
(Getty Images/Reprodução)
Hoje, acumula 15 temporadas, 11 vitórias e 16 poles. E apesar do caminho rumo à aposentadoria, em uma temporada de desempenhos discretos, ele ainda é muito valorizado e bem pago, com salário anual estimado em 15 milhões de reais.
VIP acompanhou sua intensa rotina e conversou com Felipe Massa em São Paulo e em três países (Espanha, Mônaco e Japão) para este bate-papo franco.

A F1 mudou bastante seu regulamento este ano. Foi uma mudança acertada?

Sem dúvida. O carro desta temporada é muito bacana de guiar. Ele aceita um estilo de pilotagem mais agressivo, principalmente em curvas e freadas. Tem bem mais aderência e carga aerodinâmica.
Os pneus gastam um pouco menos, então é possível ter um ritmo rápido e até mais constante. O carro e os pneus são mais largos. Não foi difícil me acostumar, apesar de diferente.
O lado negativo é que realmente fica complicado ultrapassar. Quando você começa a chegar no carro da frente, perde carga aerodinâmica antes e fica difícil seguir o adversário. Apesar disso, o DRS [asa móvel] ajuda bastante para as manobras.

A F1 normalmente já é bem exigente em relação à preparação física. Em 2017 isso aumentou, já que os carros mudaram bastante?

Sim, o carro acaba proporcionando um desgaste físico maior e o coração está sempre batendo forte.
Quanto mais a força G [força gravitacional] empurra você, mais cansado você fica, ainda mais em curvas de alta velocidade, que às vezes ultrapassam cinco vezes a gravidade.
O piloto precisa ter muita força para segurar o carro nas freadas, até para sustentar o corpo na posição correta de pilotagem. E quanto mais rápido você pilota, mais acelera o coração.

Os carros estão visivelmente mais velozes. O mérito é do novo regulamento?

Eu acredito que se você comparar o pneu mole deste ano para o de 2016, e o médio para o médio do ano passado, foi mais de um segundo, quase 1s5 de ganho por volta com os novos compostos.
Contando toda a parte aerodinâmica, são mais de três segundos.

Quando você está dentro do carro de F1, as duas horas da corrida passam rápido ou é cansativo e exigente?

Quando você está em competição, tem muita coisa para fazer e pensar ao mesmo tempo.
Tudo passa muito rápido. Quando está sozinho, longe dos adversários, a corrida até parece durar um pouco mais, principalmente se você estiver em primeiro [risos].
Dependendo das situações de cada corrida, a nossa noção de tempo varia muito.

O que faria para tornar a categoria mais popular entre os fãs?

Mudanças na F1 são importantes. Tem que voltar a ser algo que as pessoas queiram ver. Simplificar o esporte é um caminho.
Regras mais fáceis, por exemplo. Mas o mais importante é ter mais competição.
Se o carro é cinco segundos mais rápido, não faz diferença. Não acho os carros lentos. O que o público quer ver é ultrapassagens, disputas.

E o que fazer para a F1 não ficar chata?

Ninguém quer ver apenas um time ganhando. O barulho também é um problema, embora tenha melhorado um pouco.
Concordo que essa questão de hegemonia de um só time é algo que acontece com frequência nesse esporte. Dizem: “Ah, porque antigamente era muito legal, era outra história… Os pilotos guiavam muito, hoje eles não guiam porra nenhuma”.
Vai lá guiar para ver se é fácil! As pessoas acabam se esquecendo do que era realidade naquela época.
Em 2014, após 20 anos da morte do [Ayrton] Senna, o SporTV reprisou diversas corridas daqueles anos 80 e 90… Era muito chato! Pô, tinha corrida em que o primeiro estava uma volta na frente do segundo e do terceiro.
Como isso era mais legal [que as corridas hoje]? Era assim em quase todas as corridas! Mas se você fala isso agora vão dizer: “Você não sabe o que está falando, você não assistiu, era criança”. Tá bom, então vai lá, assiste e me conta.

É porque quem ganhava era o Senna, o Piquet, os brasileiros gostavam.

É claro que é legal, F1 é sempre F1. Mas tenho certeza de que naquela época do Senna também deveria haver críticas nesse sentido, com só uma equipe ganhando.
Mas obviamente não vinha dos brasileiros, porque era um brasileiro ganhando.

Em Baku, neste ano, você teve uma chance real de vitória. Foi a melhor chance desde os anos da Ferrari?

Eu estava em terceiro lugar, mas o [Lewis] Hamilton e o [Sebastian] Vettel tiveram problemas e eu poderia ter vencido a corrida.
Infelizmente o amortecedor acabou não deixando isso acontecer. Isso é coisa do automobilismo: desde os meus 8 anos, quando pilotava de kart, já vi acontecer e sei que faz parte.
Você aprende muito mais quando vem de uma derrota do que de uma vitória. Muita coisa me fez aprender, me fez uma pessoa melhor.
Felipe Massa
(Getty Images/Reprodução)

Como foram seus anos na Ferrari?

Correndo na mesma equipe com o [Michael] Schumacher, vi como era. Eu entendi 100% por que o cara é “o” cara [dá ênfase].
Quando entrei na Ferrari, a primeira coisa que passou pela minha cabeça era aprender o máximo possível.
E realmente tentar fazer com que a equipe fosse campeã, até sabendo que eu estava em uma condição diferente do Schumacher: ele no fim da carreira e eu, no começo.
Acho que isso fez com que eu aprendesse muito mais. “Pô, você realmente vai ajudar o cara?”, falavam. “Sim”, pensava. “Vou ajudar e até o final, porque tenho certeza de que isso um dia vai virar para o outro lado.” E foi o que aconteceu.

Schumacher e Senna são mesmo os melhores do esporte?

Sim, é uma opinião que tenho, até porque convivi com o Schumacher e vi tudo de perto.
Já com o Senna, infelizmente não convivi [como piloto na F1], mas, com aquilo que ele fazia, dá para ter uma ideia. Talvez o Senna tivesse uma qualidade um pouco melhor em classificação que o Schumacher, mas o alemão era melhor em enxergar a corrida.
Essa foi uma diferença que eu vi, levando em conta que eu era criança quando o Senna morreu.

Como vê hoje aquele grave acidente na Hungria, quando foi atingido na cabeça por uma mola, a mais de 200 km/h, nos treinos do GP em 2009?

Não lembro do meu acidente. Aliás, é ótimo não lembrar.
Quando acordei [do coma induzido], também não lembrava, não só pela minha memória, mas pela medicação que tomei.
Não era a minha hora. O que aconteceu comigo foi um acidente: não era o meu momento e Deus sabe o que faz.

E sua relação com Fernando Alonso?

Foi um companheiro de equipe difícil, claro, mas sempre me tratou bem, nunca tivemos problemas.
Sempre foi bacana na minha frente, mas, por trás, sei que não era assim.
Obviamente na Ferrari o ambiente com ele era diferente [a equipe sugeriu que, no GP da Alemanha de 2010, Massa deixasse Alonso ultrapassar]. Aqui na Williams senti uma liberdade que é muito importante, estava precisando disso.
Quando soube que não teria o contrato renovado com a Ferrari, nem sabia se ia correr ou não na Fórmula 1, vi na Williams não apenas a oportunidade de ficar na categoria, mas de assinar com um time que quer voltar a vencer corridas.

Como é a amizade entre os pilotos?

Eles gostam muito de você aqui na F1 e há muitas brincadeiras. A atmosfera é muito boa e eu me dou muito bem com eles.
O mundo da velocidade é bem competitivo, mas sempre sobra espaço para relaxar e se divertir entre nós também.
Felipe Massa
Felipe Massa e Daniel Ricciardo (Getty Images//Reprodução)

Uma frase famosa é: se você quer ter um amigo na F1, é melhor comprar um cachorro. Você concorda?

[risos] Concordo. Me vejo como um cara que tem boa relação com todo mundo. Mas acho que amigo mesmo é uma palavra muito forte.

O que você gosta de fazer quando não está pilotando?

Gosto de ficar em casa, cuidando da preparação física, e principalmente curtindo a minha família, brincando com meu filho [Felipinho]. Passar alguns dias dentro de casa é algo difícil por causa das viagens.
Mas também gosto de ir a bons restaurantes e viajar quando temos uns dias de folga, especialmente para Miami e para o Brasil.

Nos anos 70 e 80, os pilotos tinham fama de ir para balada, altas festas. Ainda existe isso hoje, em tempos de redes sociais? Quando você começou e era solteiro, chegou a aproveitar?

Eu era baladeiro, bastante para falar a verdade [risos]. Mas hoje tenho uma mulher que amo muito [Raffaela] e curto muito ficar com ela e minha família.
De vez em quando eu e ela até vamos para a balada juntos, dar risada com os amigos e tal. Mas a vontade de sair vai diminuindo conforme você vai ficando mais velho [risos].
Felipe Massa
Felipe Massa e família (Getty Images//Reprodução)

E o assédio do público, incomoda muito?

Na verdade, ninguém gosta de estar num momento privado e chegar, por exemplo, um monte de gente. Mas isso faz parte.
Quando uma pessoa toma iniciativa de pedir um autógrafo ou uma foto para alguém que não conhece, acho que essa pessoa merece respeito – esse é o primeiro fator.

Qual foi a maior ousadia de uma fã?

[Pensa um pouco] Já me atiraram calcinha, no GP de Mônaco. E já aconteceu de mulher pedir para assinar o peito… Mas faz tempo [risos].

Tem uma história sua de não ganhar um autógrafo do Ayrton Senna quando você era criança.

Sim, não lembro exatamente o ano. Um dia encontrei o Senna no Yacht Club de Ilhabela, pedi um autógrafo e ele não me deu. Isso ficou na minha memória até hoje.
Eu chegando com cartãozinho e canetinha, com dois amigos, crianças também. Foi um choque muito grande para mim. Lógico que eu entendo, sei como era enorme o assédio em cima dele.
Felipe Massa
(Getty Images/Reprodução)

Hoje você tenta se policiar e não negar pedido de uma criança, por exemplo?

Nunca! Isso foi até uma lição para mim. E lógico que depois eu continuava a torcer pelo Senna.

E quando o Senna morreu, no GP de San Marino, em 1994?

Passei um bom tempo chorando, foi uma perda muito grande para o brasileiro em geral e para mim também…

Há uma crítica exagerada aos pilotos que vieram depois do Ayrton pela pressão de ser um novo ídolo na F1?

Até mesmo o Senna sofreu crítica. No ano de 1994, lembro que o massacravam porque não tinha ganhado nenhuma corrida naquela temporada, foi para o melhor carro e não estava vencendo… Aí ele morreu e virou deus.

Em 2018 vai fazer dez anos daquela decisão de título incrível sua com o Lewis Hamilton, quando você venceu a corrida e foi campeão mundial por 38 segundos. Quais são suas memórias?

A prova de Interlagos foi maravilhosa. Ganhei, fiz pole, fiz volta mais rápida e fui o melhor na chuva e no seco. Estava pronto para a disputa e fiz meu trabalho de uma maneira perfeita, mas não dependia só de mim.
Foi uma corrida magnífica, mas ainda dependia da posição que o Hamilton chegasse. E ela acabou dando um ponto a mais para ele. Essa foi com certeza a decisão mais incrível da minha carreira.
Como pilotos, amamos o que fazemos e competimos para vencer, e não para chegar em segundo. Se você consegue vencer, é como um sonho se realizando. Meu sonho sempre foi me tornar um piloto de F1 e, depois disso, conseguir um carro competitivo. Depois, vencer meu primeiro GP.
Me sinto um cara de sorte por ter a possibilidade de ter vencido tantas corridas, inclusive no Brasil.

O que você teve que o impediu de correr na Hungria este ano?

Foi tipo uma labirintite. Tive um pouco de tontura, o que me tirou da corrida. Depois não senti mais nada, treinei normalmente e fiquei bem.

Neste ano, você corre com Lance Stroll, de apenas 19 anos. Como é ter um companheiro de equipe tão novo na F1?

Eu o conheci com 8 anos, um pouco mais velho que meu filho é hoje. É realmente uma situação diferente vê-lo como companheiro de equipe na F1. Sem dúvida, é interessante e bacana.
Comecei na categoria com 20 anos e ele, com 18. Lance com certeza também vai aprender bastante com o tempo. Tento ajudar da melhor maneira possível. A equipe toda precisa fazer um trabalho muito bom de caminhar para o lado certo e passar as informações corretas.
Ajudar a equipe no desenvolvimento geral foi um dos meus principais trabalhos e tento fazer o máximo que eu posso, em relação a todo o time, inclusive a ele.
Felipe Massa
Felipe Massa e Lance Stroll (Getty Images//"A Fórmula 1 era muito chata no tempo do Senna", diz Felipe Massa/Reprodução)

Você anunciou que iria parar e depois voltou atrás para disputar mais um campeonato de F1 pela Williams nesta temporada. Como foi o período?

Já estava com a cabeça pronta para me aposentar. A decisão do [Nico] Rosberg [campeão em 2016] de parar acabou mudando tudo. A Williams voltou pedindo para que eu fizesse mais um ano com eles e acabei seguindo meu coração.
Quando você faz o que gosta, não é tão fácil parar. E quando você tem uma oportunidade como essa de continuar é ótimo. Eu fiquei feliz com essa minha decisão.

Em todo aquele clima de despedida, você até ganhou o carro com o qual fez o GP Brasil de F1. Não pediram de volta para você, né?

Não, aquele é meu mesmo [risos]. Eu estou inclusive tentando trazê-lo para o Brasil.

Nesse curto período, você conseguiu desligar a chave de piloto?

Depois que aposentei, só duas semanas depois tudo mudou. Para mim foi como continuar para mais uma temporada. Realmente foi a aposentadoria mais curta da história [risos].

Como escolher a hora certa de parar?

No esporte se aposenta cedo e a F1 não é diferente do futebol. Sou realizado e isso é o mais importante. Estou pronto para fazer outras coisas, mas bem empolgado para continuar correndo. No automobilismo, você pode ser competitivo em categorias excelentes mesmo fora da F1.
Na minha época de estreante na categoria, tinha muito mais perguntas do que respostas. Hoje é o contrário. Claro que ainda há muitas perguntas, mas tenho mais experiência e vejo que o time confia mais na minha opinião.
Sou parte fundamental na melhora da Williams, pela minha experiência de tantos anos em uma equipe grande como a Ferrari, ideias, palpites, trabalho na fábrica…

Você quer ficar mais anos na F1?

Não sei. Quero ficar mais anos se tiver condições profissionais de ser competitivo e prazer em pilotar, como sempre tive na Williams. Lógico que não era uma equipe em que eu iria brigar pelo título, mas é um time no qual você tem um trabalho profissional e em que sou muito respeitado.
[nota do editor: dias após a entrevista, Felipe Massa confirmou que vai se aposentar da Fórmula 1 no final de 2017]

Você já deu uma contribuição para o automobilismo ao organizar a Fórmula Futuro há alguns anos, para jovens pilotos brasileiros recém-saídos do kart. Pensa em outros projetos assim?

Algo parecido com isso, não. Até porque já tentei, já gastei muito dinheiro e infelizmente não deu certo. Mas claro que penso em outros projetos ligados a mim. Pretendo cuidar da minha imagem, minha empresa e trabalhar com eventos.

E como vê o futuro dos pilotos brasileiros na F1 atualmente?

Não tem categoria de base no Brasil e não há iniciativas dos responsáveis. Dos pilotos com chance de eventualmente chegar à F1, um é neto do Emerson Fittipaldi [Pietro, que está na World Series] e outro é filho do Nelson Piquet [Pedro, que está na F3 Europeia].
Não vejo perspectiva e isso me preocupa, sou brasileiro, sempre fomos fortes no automobilismo. Quando chegar meu momento de fazer outra coisa, queria alguém aqui na F1 representando. Não vejo um futuro. Antigamente tinha sempre um brasileiro vencendo nas categorias de base.

É famosa a história de que você entrou no paddock de F1 pela primeira vez como entregador de comida da equipe Benetton.

Fiz isso para entrar na F1 de qualquer jeito, queria ver os carros. Meu empresário na época [Ricardo Tedeschi] tinha alguns restaurantes em São Paulo e conhecia pessoas da Benetton. Perguntei se ele poderia me conseguir uma credencial para F1.
Ele respondeu que sim, mas que precisava entregar comidas para as equipes. Então consegui entrar na pista levando refeições para os times. Inclusive lembro que disse ao cozinheiro [Felice Guerini, na época na Benetton]: “Talvez nos vejamos na F1 no futuro”.
Alguns anos depois encontrei com ele trabalhando na Ferrari [já como piloto] e perguntei se lembrava de mim. Ele disse que não. Contei o episódio e viramos amigos.

Histórias assim são cada vez menos comuns, já que os pilotos entram com muito dinheiro?

Sim. Eu não era de origem humilde, mas não teria grana para bancar a entrada na F1. Há vários casos assim, inclusive do Alonso, do Hamilton.
Eles conseguiram chegar pelo talento, isso é o mais bacana. O que não tira o mérito dos ricos, como o Rosberg, que mereceu o campeonato.

Dá para dizer que você ficou rico com o automobilismo graças ao seu talento?

Acredito que sim. Ninguém me ajudou e me deu algo, tive que conquistar. Sem dúvida, tive ótimas oportunidades, mas tive que conquistar no momento certo, sendo rápido para conseguir uma vitória ou campeonato. Nada veio de graça.

Pensa em ver seu filho como piloto? Ou melhor, como jogador de futebol?

Quero que ele seja feliz, que ele faça aquilo que ama, é ele quem vai decidir. Sem dúvida é diferente ser pai e vê-lo correndo. Fico com medo. E, quando uma criança não tem medo, já viu, né? [risos]. Mas vou apoiá-lo no que ele fizer.

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