segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O cérebro além da máquina De Vittorio Jano a Adrian Newey, grandes projetistas da Fórmula 1 criam mitos das pistas

Autor: Daniel Dias (www.diasaovolante.com)
Fotos: Divulgação

2016 Ivan Capelli AMF Leyton House CG891 F1

F1 - Adrian Newey drives the RB6 & the Leyton House March

O lançamento de um novo modelo para a temporada da Fórmula 1 sempre é envolvido em toda a pompa e circunstância. Curiosamente, as duas principais rivais de agora, Mercedes e Ferrari, apresentarão os carros do inglês Lewis Hamilton e do alemão Sebastian Vettel, os dois tetracampeões, no mesmo dia, em 22 de fevereiro, daqui a um mês. Outra coincidência: os novos bólidos das duas gigantes têm assinatura coletiva, com uma espécie de colegiado de projetistas das escuderias alemã e italiana.
Mas a história da maior categoria do automobilismo, no quesito, sempre foi bem diferente, com a figura de um homem predominando no projeto de criação e de desenvolvimento. Desde os anos 90, o inglês Adrian Newey, de 59 anos, é sinônimo de especialista na concepção de um carro na Fórmula 1.












A trajetória de um homem por trás da máquina teve início com o húngaro naturalizado italiano Vittorio Jano, tirado “na marra” da Fiat por Enzo Ferrari no sonho do futuro “comendatore” de construir sua própria equipe. Jano era o grande trunfo de Enzo para convencer os dirigentes da Alfa Romeo de abrirem uma divisão esportiva. Nascia ali a Scuderia Ferrari, na segunda metade da década de 30.
Jano acompanhou Enzo durante toda a edificação da Ferrari, constituída como empresa autônoma no pré e no pós-Segunda Guerra Mundial, projetando as máquinas de competição e os lendários superesportivos de rua da Casa de Maranello. Jano morreu em 1965, vítima de câncer, e esteve ao lado de Enzo até o final.
Os grandes projetistas da Fórmula 1 surgiriam para valer no início dos anos 70, devido à importância da aerodinâmica na construção dos carros da Era Moderna, Mais especialmente com o apogeu do inglês Colin Chapman, autor, em conjunto com o norte-americano Ralph Bellamy, da revolucionária Lotus 72D, aquela do primeiro título do Brasil, com Emerson Fittipaldi, em 72. De tão magnífica, aquela Lotus competiu no Mundial de 70 a 75.
Ainda nos anos 70, o genial Chapman inventaria o “carro-asa”. A criação veio quando o velho dirigente-projetista observava, em um intervalo de treino, um de seus bólidos estacionado sob o Sol a pino. Na parte de baixo, ficara apenas a escura sombra da carroceria, ocultando o chão.
A ideia vinda da cabeça privilegiada de Chapman seguiu o conceito das asas de um avião. Ao contrário! “Se eu transformar todo o carro em uma asa de avião invertida, ele ao invés de subir ‘colará’ ao chão, produzindo o efeito-solo e se agarrando nas curvas sem perder aderência”, pensou Chapman.
Para que o vento que passava pela parte inferior não fosse perdido, Chapman criou uma espécie de mini-saia lateral. Pronto, estava inventado o “carro-asa”. Como só a Lotus tinha a parafernália em 78, ganhou o campeonato com uma mão nas costas com o ítalo-americano Mario Andretti.
Chapman não escondeu o segredo e, no ano seguinte, todas as outras equipes copiaram. A FISA – atual FIA – proibiu o carro-asa em seguida, banindo as mini-saias. No entanto, o conceito criado pelo gênio permanece até hoje, com o vento que passa pela parte de cima a empurrar os carros contra o asfalto.
Formado como engenheiro aeroespacial na Inglaterra, Adrian Newey é o mais perfeito discípulo de Chapman. Mas o circo teve outras cabeças iluminadas antes da chegada do atual projetista da Red Bull, o “último dos moicanos”.
Dois sul-africanos, Gordon Murray e Rory Byrne, foram expoentes. O primeiro desenhou modelos fantásticos ao lado de Nelson Piquet, um especialista em mecânica e exímio acertador de carros, na Brabham, e depois projetaria a magnífica McLaren do primeiro campeonato de Ayrton Senna em 88. O MP4/4 venceu 15 de 16 provas naquele ano.
Byrne foi pai, simplesmente, das “baratas” de todos os sete títulos do alemão Michael Schumacher, duas na Benetton, em 94 e 95, e cinco na Ferrari, de 2000 a 2004. O sul-africano, hoje com 73 anos, meio enjoado com tantas glórias, aproveitou a primeira aposentadoria do amigo Schumacher e anunciou que compraria uma ilha na Tailândia e passaria o resto da vida pescando. Ninguém sabe ao certo se o sonho dele realmente se concretizou, mas Byrne deixou seu nome na história da Fórmula 1.
Mudanças fazem parte de qualquer atividade profissional. Com a cada vez mais crescente evolução tecnológica e descentralização de poder, seria natural que os carros da Fórmula 1 também passassem a ser concebidos por um grupo de pessoas e não mais por apenas uma cabeça.
Newey, entretanto, é o melhor representante do chamado termo “lenda viva”. Autor de 10 carros campeões – na Williams, na McLaren e na Red Bull –, o engenheiro aeroespacial foi contratado a peso de ouro pela equipe austríaca, que, cheia de dólares, não permite sua saída por oferta nenhuma. A mais recente foi da Ferrari, prontamente recusada.
No ano passado, Newey foi protagonista de outro fato marcante, e que comprova sua permanente evolução como projetista e como dinossauro não extinto. Envolvido na criação de um supercarro de rua da parceria Red Bull e Aston Martin, Newey não criou o modelo da temporada 2017.
Depois da metade do ano, notando que o carro não andava, a direção da Red Bull foi buscar socorro no projetista inglês. Em menos de 15 dias, Newey “desentortou” a máquina e o RB13, do australiano Daniel Ricciardo e do holandês Max Verstappen, terminou o campeonato como o melhor carro de todo o grid. O RB14 será todo seu…

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Adrian Newey Exclusive Interview After The 2017 Season(part1)


Adrian Newey Exclusive Interview After The 2017 Season(part2)


Adrian Newey Exclusive Interview After The 2017 Season(part3)


Adrian Newey Exclusive Interview After The 2017 Season(part4)


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Adrian Newey Exclusive Interview After The 2017 Season(part6)

Adrian Newey-designed cars have won the following Formula One World Constructors' Championships:

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