quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Nelson Piquet apareceu domingo no Fantástico, em entrevista a Reginaldo Leme, explicando a sua visão sobre o escândalo de Cingapura.

Blog do Capelli

O resultado da reportagem, na visão de diversos outros jornalistas, foi decepcionante. Não trouxe nenhuma novidade, um monte de mais do mesmo em um depoimento travestido de entrevista.
No entanto, o GloboEsporte.com publicou a entrevista completa, com 24 minutos. Você pode acompanhá-la clicando no vídeo acima. Assim, pode-se ter outra visão da conversa.

Fantast¡stico/ Reginaldo Leme entrevista a Nelson Piquet- F1-Singapura-08-Parte-1

Fantast¡stico/ Reginaldo Leme entrevista a Nelson Piquet- F1-Singapura-08-Parte-2

Fantast¡stico/ Reginaldo Leme entrevista a Nelson Piquet- F1-Singapura-08-Parte-3

CLASSIFICAÇÃO DE PILOTOS

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CLASSIFICAÇÃO DE CONSTRUTORES

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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

2009 FORMULA 1 SINGTEL SINGAPORE GRAND PRIX (Race)

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sábado, 26 de setembro de 2009

2009 FORMULA 1 SINGTEL SINGAPORE GRAND PRIX (Qualifying)

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2009 FORMULA 1 SINGTEL SINGAPORE GRAND PRIX (Saturday Practice)

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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

2009 FORMULA 1 SINGTEL SINGAPORE GRAND PRIX (Friday Practice 2)

2009 FORMULA 1 SINGTEL SINGAPORE GRAND PRIX (Friday Practice 1)

Horários do GP de Cingapura

FIA divulga calendário de 2010, e Brasil volta a ter último GP do ano

GP do Canadá aparece ainda de forma provisória, sem contrato confirmado, enquanto Coreia tem prova de estreia confirmada; temporada começa no Bahrein e termina em Interlagos

Warm Up

O Brasil vai voltar a fechar o Mundial de F1 a partir de 2010. Aproveitando a reunião do Conselho Mundial que julgou a Renault pelo escândalo do GP de Cingapura do ano passado, a FIA divulgou o calendário para a próxima temporada. E ele tem duas novidades, além de várias mudanças: o GP da Coreia do Sul fará sua estreia no dia 17 de outubro, enquanto o Canadá está de volta — por ora, de maneira provisória. A temporada começa em 14 de março no Bahrein, e Interlagos recebe o último GP do ano no dia 14 de novembro.
Com 19 corridas programadas, 2010 vai repetir 2005 como a temporada com mais GPs na história da F1 — mas vai durar um mês a mais, prolongando-se por oito meses.
Além disso, várias corridas mudam de ordem no calendário: a prova de abertura acontece no Bahrein, ao invés da Austrália, que recebe a segunda prova. A Malásia, antes o segundo GP, passa a vir na sequência, e a China ficou com a quarta data programada.O GP do Canadá está marcado a princípio para o dia 13 de junho. Porém, a FIA ressaltou que a prova está "sujeita ao complemento das negociações de contrato com a Formula One Management. Se essas condições não forem alcançadas, então o GP da Turquia acontecerá no dia 6 de junho" — a corrida em Kurtkoy está marcada para 30 de maio, uma semana após o GP de Mônaco.
Depois, o GP da Europa, em Valência, foi transferido de agosto para o dia 27 de junho, na primeira metade do campeonato, com a Inglaterra, Alemanha (sem confirmação de circuito) e Hungria na sequência, antes da parada para as férias de verão no hemisfério norte.No retorno, acontecem os GPs da Bélgica, Itália, Cingapura, Japão e a estreia da Coreia do Sul, no dia 17 de outubro, no circuito de Yeongan, a 300 km da capital Seul. Abu Dhabi recebe a última parte da perna asiática do campeonato, e a F1 vem a Interlagos no dia 14 de novembro para encerrar o Mundial.A corrida de Cingapura segue com horário noturno, começando às 20h locais.
O GP da Malásia, após ter sido interrompido neste ano pela falta de visibilidade devido à chuva, vai começar uma hora mais cedo, às 16h, enquanto as provas na Austrália e em Abu Dhabi iniciam às 17h locais.Calendário de
2010:
14/3
GP do Bahrein
Sakhir
28/3
GP da Austrália
Melbourne
4/4
GP da Malásia
Sepang
18/4
GP da China
Xangai
9/5
GP da Espanha
Barcelona
23/5
GP de Mônaco
Monte Carlo
30/5
GP da Turquia
Istambul
13/6
GP do Canadá*
Montreal
27/6
GP da Europa
Valência
11/7
GP da Inglaterra
Donington Park
25/7
GP da Alemanha
Hockenheim
1/8
GP da Hungria
Hungaroring
29/8
GP da Bélgica
Spa-Francorchamps
12/9
GP da Itália
Monza
26/9
GP de Cingapura
Marina Bay
3/10
GP do Japão
Suzuka
17/10
GP da Coreia do Sul
Yeongan
31/10
GP de Abu Dhabi
Marina de Yas
14/11
GP do Brasil
Interlagos


* Prova a ser confirmada

Briatore é banido, e Renault pega 2 anos em 'liberdade condicional'



Flavio Briatore acabou como o "vilão" do caso Cingapura 2008, enquanto Pat Symonds foi suspenso por cinco anos; Renault foi suspensa, mas só cumpre se cometer outra irregularidade



Warm Up

Pascal Le Segretain/Getty Images
Mosley, na chegada ao julgamento: punição pesada para Briatore

No fim da história do caso Cingapura 2008, Flavio Briatore terminou como o "vilão", e a Renault tomou uma punição para inglês ver. No julgamento do Conselho Mundial da FIA em Paris, nesta segunda-feira (21), o ex-chefe da equipe francesa foi banido da F1 por ter planejado o acidente proposital de Nelsinho Piquet na prova asiática da temporada passada, para beneficiar Fernando Alonso, que venceu a etapa. Pat Symonds, que também foi um dos mentores intelectuais da farsa, foi suspenso por cinco anos da categoria. Já o time gaulês foi suspenso por dois anos, mas a sanção só vai ser executada se a escuderia cometer outra grave irregularidade. Resumindo, saiu ilesa.O julgamento do Conselho foi rápido: em pouco mais de uma hora e meia, os 26 membros da casa, que representa a instância máxima da FIA, ouviram os depoimentos referentes ao caso — que, recapitulando, envolveu a batida de Piquet na 14ª volta da prova em Cingapura no ano passado para ajudar Fernando Alonso, que já havia feito seu pit-stop, provocando a entrada do safety-car. O espanhol conseguiu a vitória do GP inaugural do país.

O episódio foi tornado público durante o GP da Bélgica, quando o jornalista Reginaldo Leme — colunista do Grande Prêmio e comentarista da Rede Globo — revelou que uma investigação sobre o acidente de Nelsinho estava em andamento. Nos dias seguintes, dois depoimentos do brasileiro à FIA vazaram na imprensa, em que ele admitiu ter causado o acidente de forma deliberada devido a um pedido feito por Briatore e Symonds, como forma de tentar garantir seu futuro na Renault.


Primeiramente, a escuderia gaulesa informou que estava processando tanto Nelsinho quanto seu pai Nelson Piquet na França e na Inglaterra por conta de alegações ilegais.


Entretanto, na semana passada, a Renault emitiu um comunicado em que anunciou as saídas de Briatore e Symonds, e também que não contestaria as acusações do brasileiro.


Por isso, a FIA decidiu aplicar uma expulsão da F1 por dois anos, aplicável apenas se o time cometer novo ato ilegal.O presidente do time da montadora, Bernard Rey, falou com a imprensa logo após o julgamento.


"Nós nos desculpamos em frente ao Conselho Mundial. Aceitamos a total responsabilidade, e esperamos ter dias melhores no futuro", disse o dirigente, que se recusou a responder às perguntas questionando a permanência da Renault na F1, colocada em xeque pelo ex-piloto e atual comentarista Martin Brundle.



Se a Renault deixou o tribunal do Conselho aliviada por ter saído praticamente ilesa, o mesmo não se pode dizer de Flavio Briatore — que não esteve em Paris. O italiano foi banido da F1 para sempre e, além disso, está proibido de comparecer em eventos organizados pela FIA nas áreas de jurisdição da federação — a saber, paddocks e bastidores. Além disso, ele não pode mais ter nenhum envolvimento com o esporte a motor, e os pilotos que o tiverem como empresário não terão direito à superlicença. Atualmente, Mark Webber, Heikki Kovalainen e Romain Grosjean, além de Nelsinho, têm o italiano como representante.



O presidente da FIA, Max Mosley, falou sobre a sentença dada à Renault — que, de acordo com o julgamento, cometeu um ato de "severidade sem paralelos" na F1. "Nós demos a punição porque a equipe demonstrou que não teve responsabilidade no caso, e muito menos a empresa Renault. E, para Briatore, a pena foi de não poder mais se comprometer com as categorias da FIA." Sobre Alonso, o dirigente garantiu que o espanhol foi prestativo durante seu comparecimento no Conselho. "Ele respondeu a todas as perguntas e demonstrou não ter nenhuma responsabilidade no caso", declarou Mosley.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Confira na íntegra comunicado da FIA a respeito do caso Cingapura

A FIA emitiu um comunicado, logo após a reunião do Conselho Mundial em Paris nesta segunda (21), com os detalhes da decisão do julgamento da Renault sobre o caso Cingapura


Warm Up

Logo após a reunião do Conselho Mundial da FIA, a entidade emitiu um comunicado com os detalhes da decisão do julgamento sobre o escândalo envolvendo a Renault, o GP de Cingapura do ano passado e Nelsinho Piquet. Nesta segunda-feira (21) em Paris, o Conselho decidiu pelo banimento da F1 de Flavio Briatore por ter planejado o acidente proposital de Nelsinho na prova asiática da temporada passada, para beneficiar Fernando Alonso, que venceu a etapa.

Pat Symonds, que também foi um dos mentores intelectuais da farsa, foi suspenso por cinco anos da categoria. Já o time gaulês foi suspenso por dois anos, mas a sanção só vai ser executada se a escuderia cometer outra grave irregularidade. Eis a nota da FIA:"Em uma reunião extraordinária do Conselho Mundial do Esporte a Motor, realizada em Paris em 21 de setembro de 2009, a Renault admitiu que conspirou com o seu piloto Nelsinho Piquet para causar um acidente deliberado no GP de Cingapura de 2008, em violação ao Código Desportivo Internacional e ao regulamento esportivo da F1.A Renault declarou na reunião que realizou uma investigação interna detalhada que concluiu que:

1) Flavio Briatore, Pat Symonds e Nelsinho Piquet haviam conspirado para causar o acidente, e 2) nenhum outro membro da equipe esteve envolvido na conspiração.

Fazendo uso de informações de sua própria investigação sobre o incidente no circuito de Marina Bay, a FIA enumerou as razões pelas quais a pena é a suspensão (que deve ser amortizada) em oposição a um banimento imediato da F1:- A Renault aceitou, com a maior brevidade possível, que tenha cometido os crimes de que era acusada e cooperou plenamente com a investigação da FIA;- Foi confirmado que Briatore e Symonds estavam envolvidos na conspiração e que deixaram a equipe;- Desculpou-se sem reservas para a FIA e para todo o esporte pelos danos causados por suas ações;- Se comprometeu a pagar os custos incorridos pela FIA na investigação;- A Renault (a montadora, não a equipe) vai fazer uma contribuição significativa para os projetos da FIA relacionados à segurança.

Nelsinho Piquet também se desculpou sem reservas para o Conselho Mundial do Esporte a Motor por sua contribuição na conspiração.Segue a decisão tomada pelo Conselho:O Conselho Mundial do Esporte a Motor considera que os membros da equipe Renault, Flavio Briatore, Pat Symonds e Nelsinho Piquet conspiraram para causar uma falha deliberada no GP de Cingapura de 2008.

O Conselho Mundial, portanto, considera a Renault, que, nos termos do artigo 123 do Código Desportivo Internacional, é responsável pelos atos de seus empregados, em violação aos artigos 151c, no ponto 2 do capítulo IV do Apêndice L do Código, e nos artigos 3.2, 30.2 e/ou 39.1 do regulamento esportivo da F1.O Conselho Mundial do Esporte a Motor considera as violações da Renault relativas ao GP de Cingapura de 2008 como graves e sem precedentes. As infrações da Renault não apenas comprometeram a integridade do esporte, mas também colocaram em risco a vida dos expectadores, dos funcionários, dos demais concorrentes e do próprio Nelsinho Piquet.

O Conselho Mundial considera também que crimes desta gravidade merecem a desqualificação permanente do Mundial de F1. No entanto, tendo em conta os pontos acima mencionados e, em particular as medidas tomadas pela Renault para identificar e resolver as falhas de sua equipe e condenar as ações dos indivíduos envolvidos, o Conselho decidiu suspender a interdição da Renault até o fim da temporada de 2011. O Conselho Mundial somente vai aplicar o banimento se a Renault for considerada culpada de uma nova violação comparável durante esse tempo.

Além disso, o Conselho Mundial considerou as desculpas da Renault e concordou que a equipe deve pagar pelos custos da investigação. A FIA também aceita a oferta de uma contribuição significativa para o trabalho na área de segurança.Quanto a Briatore, o Conselho Mundial declara que, por um período ilimitado, a FIA não tem a intenção de sancionar qualquer evento internacional, Campeonato, Taça, Troféu ou série envolvendo o nome de Briatore, a qualquer título ou concessão de licença para qualquer equipe ou outra entidade.

A FIA também não vai permitir que seus funcionários concedam a Briatore o acesso às áreas sob jurisdição da FIA. Além disso, não existe a intenção de renovar qualquer superlicença a qualquer condutor que esteja associado (por meio de contrato de gestão) com Briatore, ou qualquer outra entidade ou indivíduo ligado a Briatore.

Ao determinar que as instruções sejam aplicáveis por um período ilimitado, o Conselho Mundial teve em conta não só a gravidade da violação em que Briatore foi cúmplice, mas também nas suas ações em continuar a negar a sua participação nas violações, apesar de todas as evidências.

Quanto a Symonds, o Conselho Mundial declara que, por um período de cinco anos, a FIA não tem a intenção de sancionar qualquer evento internacional, Campeonato, Taça, Troféu ou série envolvendo Symonds, a qualquer título ou concessão de qualquer licença para equipe ou outra entidade envolvendo Symonds.

É certo, por um período de cinco anos, que todos os funcionários presentes em eventos sancionados pela FIA não terão a permissão de conceder acesso às áreas sob jurisdição da FIA.

O Conselho Mundial levou em conta: 1) a aceitação de Symonds que tomou parte na conspiração, e 2) sua comunicação na reunião do Conselho Mundial que foi o seu pesar de "eterno arrependimento e vergonha".

Quanto a Nelsinho Piquet, o Conselho confirma a imunidade de sanções individuais no âmbito do Código Desportivo Internacional em relação a este incidente, que a FIA tinha concedido a ele em troca de provas.

No que se refere a Fernando Alonso, o Conselho Mundial gostaria de agradecê-lo por cooperar com as investigações da FIA e pela participação na reunião. Além disso, o Conselho conclui que Alonso não esteve envolvido de nenhuma maneira com as violações da Renault.O Conselho Mundial do Esporte a Motor gostaria de agradecer aos comissários e à equipe de investigação (nomeadamente Dorothy Cory-Wright, da Sidley Austin LLP, que conduziu as entrevistas no GP da Bélgica).A razão completa para esta decisão e gravação do processo perante o Conselho Mundial estarão disponíveis em breve."

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

TA CHEGANDO A HORA!!!!!!!!!!! Faltam um Mês!!!!!! GP DO BRASIL 2009

Flavio Briatore disse que se sacrificou para salvar a equipe Renault

Por Alan Baldwin

LONDRES (Reuters) - Flavio Briatore disse que se sacrificou para salvar a equipe Renault de Fórmula 1, mas será preciso mais do que a saída do italiano para compensar o dano feito pelas revelações de fraude.

"O pior ato de trapaça na história do esporte", declarava o título da contrapágina do jornal Times nesta quinta-feira.

"Eu estava somente tentando salvar a equipe", afirmou Briatore, depois que a Renault anunciou que ele e o engenheiro chefe Pat Symonds deixaram o time depois de acusações de que arranjaram o Grande Prêmio de Cingapura no ano passado ao ordenar que o piloto Nelsinho Piquet batesse de propósito.

"É meu dever. É por isso que saí", disse ele ao jornal britânico, cujos comentaristas enfatizaram a potencial natureza letal de tal acidente e retrataram um esporte doente e carente de perspectiva moral.
O tricampeão austríaco Niki Lauda, que quase morreu em um acidente em 1976 em Nurburgring, disse que o escândalo marcou uma nova baixa e que a FIA precisa tomar medidas.

"O escândalo de espionagem da McLaren dois anos atrás foi extremamente sério, mas os mecânicos sempre discutiram dados técnicos entre eles", disse ele ao Daily Mail, referindo-se à controvérsia que custou à McLaren uma multa de 100 milhões de dólares.

"Isso, contudo, é novo. O maior escândalo da história. Agora a FIA deve punir a Renault rigorosamente para restaurar a credibilidade do esporte".

O chefe comercial da F1, Bernie Ecclestone, que divide o controle do clube Queens Park Rangers da Premier League com Briatore, se recusou a defender um homem que é visto como seu eventual sucessor.

"É uma pena que Flavio tenha terminado sua carreira na F1 dessa maneira", disse o homem de 78 anos ao Daily Mirror. "Não dá para defender ele. O que fez foi completamente desnecessário.
É uma pena que tenha acontecido".
"O esporte se recuperou de tantas coisas quando as pessoas afirmavam que ele havia acabado e ele vai se recuperar disso. A F1 deveria ter acabado quando Ayrton Senna morreu. Deveria ter acabado quando Michael Schumacher se aposentou".

Barrichello busca conselhos de Massa para vencer em Cingapura

14 pontos atrás do líder, Jenson Button, Rubens Barrichello buscou a ajuda de Felipe Massa para vencer em Cingapura

Warm Up

Rubens Barrichello revelou que vai utilizar os conselhos de Felipe Massa para tentar faturar o GP de Cingapura, que acontece no próximo final de semana. O piloto da Brawn, que está a 14 pontos do líder do campeonato, Jenson Button, vai chegar para a etapa asiática como um dos favoritos à vitória, especialmente por ter vencido duas das últimas três corridas. O brasileiro confessou ainda que recorreu ao compatriota para ganhar em Valência."Você sabe como vou me preparar para Cingapura? Vou dormir todas as noites no lugar de Felipe Massa", afirmou o vice-líder do Mundial, em entrevista ao jornal "La Gazzetta dello Sport".

"Eu o [Massa] visitei antes da viagem para Valência e ele me explicou como lidar com a pista. E então eu venci. Ele também foi muito rápido em Cingapura, por isso quero que ele me diga como fez", destacou."Vou chegar mais preparado neste ano. Eles modificaram algumas curvas, a pista ganhou novo asfalto e acho que não teremos aquelas terríveis ondulações. Eu uso lentes de contato e tive um grande dor de cabeça quando saí do carro. Agora, sei o que esperar", finalizou.

Renault anuncia saída de Briatore e Symonds e diz que não contesta FIA




Escuderia emitiu comunicado confirmando a saída dos dirigentes envolvidos no escândalo do GP de Cingapura

Warm Up

A Renault agiu antes do esperado e tomou uma posição antes mesmo de conhecer o veredito da FIA sobre a polêmica envolvendo o GP de Cingapura. Nesta quarta-feira (16), a equipe emitiu um comunicado oficial confirmando as saídas de Flavio Briatore e Pat Symonds da escuderia. No comunicado, o time destacou que não vai contestar as novas alegações feitas pela FIA sobre a prova, praticamente assinando um atestado de culpa, assim como não vai se manifestar antes da reunião do Conselho Mundial, que acontece no próximo dia 21 em Paris."A Renault não vai contestar as recentes alegações feitas pela FIA sobre o GP de Cingapura de 2008. Também gostaria de comunicar que seu diretor-executivo, Flavio Briatore, e seu diretor de engenharia, Pat Symonds, deixaram o time.

Antes de comparecer à audiência do Conselho Mundial da FIA, em Paris, no dia 21 de setembro, o time não vai fazer qualquer comentário", diz o comunicado enviado à imprensa.A saída de Briatore já era esperada. Segundo informação publicada nesta terça (15) pelo jornal espanhol "AS", a FIA iria fazer um acordo com a Renault para que a equipe tomasse essa decisão. Em troca, o time gaulês não correria nenhum risco de expulsão da F1 no julgamento do caso. Além de apontar a dispensa de Briatore, o diário também indicou quem deve ser o substituto do italiano no cargo de chefe de equipe. O preferido é Frederic Vasseur, chefe da ART, equipe do campeão da GP2 em 2009, Nico Hulkenberg.

O dirigente, segundo as fontes ouvidas pela publicação, teria pedido um tempo para pensar no convite e dar uma resposta. Outros nomes já foram especulados, como Alain Prost e David Richards.No entanto, não era esperado que Symonds seguisse o mesmo caminho. De acordo com o jornal inglês "The Times", foi oferecido ao agora ex-diretor de engenharia que contasse o que sabe sobre o escândalo para não ser punido no encontro do Conselho Mundial. Uma delação premiada, a exemplo do que foi feito com Nelsinho Piquet.

Aliás, soube-se nesta quarta que o brasileiro deu dois depoimentos à FIA. Além do que foi feito no dia 30 de julho, e que já fora divulgado pela imprensa, o piloto deu mais detalhes do plano de Briatore e Symonds no dia 17 de agosto. Piquet revelou que Pat usou o exemplo do seu pódio no GP da Alemanha para explicar o que era necessário fazer na corrida de Cingapura.Além disso, Nelsinho também confirmou que a reunião com Symonds e Briatore aconteceu cerca de quatro horas antes da prova, no escritório de Flavio no paddock cingapuriano, e durou no máximo dez minutos. O piloto disse que acreditava ter sido chamado para o encontro para discutir detalhes do seu contrato, "algo que já acontecera outras vezes", nas suas palavras.
Piquet também ressaltou que Symonds foi quem mais falou durante a reunião entre os três, e que Briatore permaneceu quase todo o tempo em silêncio. Pouco depois, Pat levou ao piloto um mapa do circuito de Cingapura para mostrar qual deveria ser o ponto em que a batida precisava ocorrer para garantir a entrada do safety-car.Relembre o caso Cingapura 2008Conforme foi revelado pelo Grande Prêmio no dia 9 de setembro, Nelsinho escapou de uma punição graças a uma delação premiada. Nelson, seu pai, entrou em contato com Max Mosley para lhe contar do que havia ocorrido em Cingapura em 26 de julho, dia do GP da Hungria.
Quatro dias depois, o brasileiro deu um depoimento à Federação Internacional de Automobilismo sobre o ocorrido na etapa asiática no ano passado com a garantia de que não iria sofrer nenhuma sanção no futuro.No depoimento, Piquet, de forma bem detalhista, confirmou o plano de Briatore e Symonds de "sacrificar" a corrida do brasileiro para que Alonso tivesse a oportunidade de vencer a prova.
De posse da acusação de Nelsinho, investigadores da agência especializada Quest, os comissários do GP da Bélgica – Lars Osterlind e Vassilis Despotopoulos, ambos membros do Conselho Mundial, e Yves Bacquelaine –, e Herbie Blash, observador da FIA, deram início às investigações, entrevistando membros da Renault e Alonso. A posteriori, chamaram Symonds.Posto na parede em 27 de agosto em Spa-Francorchamps, o diretor da Renault foi questionado sobre a reunião e o que foi dito nela, a batida na volta 14 e o encontro com Piquet para definir o lugar específico do ato. Para nenhuma destas perguntas houve uma negativa, algo que seria comum se não houvesse participação no plano.Blash ainda comentou que a "falta de vontade" em colaborar poderia significar uma confissão, e Symonds rebateu que "esperava isso".
No dia seguinte, Pat foi novamente convocado, e pouco acrescentou — após ter conversado com Briatore, que havia chegado à pista belga.Briatore, então, foi o alvo. Negou tudo. Disse que ficou sabendo por um membro de sua empresa de gerenciamento de pilotos sobre a acusação da armação e que foi, tal como já dito, vítima de extorsão da família Piquet e que levaria o caso à justiça se este viesse à tona.Foi o que fez.Só depois das entrevistas feitas que a FIA e a Quest tiveram acesso aos dados da Renault, em disco, e à transmissão de rádio.
As informações da equipe apontavam as estratégias de corrida, que davam a Alonso a chance de parar duas ou três vezes. Em ambas, o espanhol largaria com uma quantidade de gasolina parca, de 63 kg, que o faria ir aos pits na volta 14. Para Nelsinho, a tática seria de duas paradas, com combustível considerado normal, nas voltas 28 e 44.Symonds acabou, então, mudando o estratagema de Alonso durante a corrida, fazendo-o parar duas voltas antes do previsto.As gravações de rádio mostram um Symonds nervoso por Alonso estar perdendo tempo sem conseguir superar um rival. "Enquanto estivermos atrás de (Kazuki) Nakajima, estamos fodidos", bravejou. Um engenheiro concordou, dizendo que "sim, vai foder nossa estratégia de três paradas completamente".Symonds surpreendeu o engenheiro — e daí imaginar que ninguém mais na Renault sabia da conspiração — com a informação de que não seriam mais três paradas. O funcionário lembrou que, pelo desenrolar da corrida de Alonso, a ida ao pit poderia acontecer na volta 15 ou 16.
Respondeu Symonds: "Não se preocupe com o combustível porque eu vou tirá-lo desse tráfego mais cedo."Enquanto Symonds "lamentava" Alonso não passar Nakajima, o dirigente reclamava um suposto problema nos computadores. O japonês da Williams, então, passou Jarno Trulli. No giro seguinte, o espanhol fez o mesmo, mas permitiu que Kazuki abrisse 4s de vantagem.

Concomitante a isso, Piquet perguntava em que volta estava. Era a 8. A um engenheiro, que pensava que a dúvida de Nelsinho se dava por conta do consumo de gasolina, Symonds falou que "só fala para ele que está... está para completar... completar a volta 8".
O brasileiro explicou que não conseguia ver a placa dos boxes.Apesar de começar a andar quase 1s5 mais rápido que Nakajima, Alonso avisou que estava com problemas de aderência em seus pneus. Apareceu na história Briatore, que disse: "Não tem como passar Nakajima com esses pneus".Aí Symonds "mudou" a estratégia. Apontou que Alonso pararia na 12, "porque parece que vai dar certo". Um engenheiro perguntou a Pat "se não era um pouco cedo", e Symonds "teimou". Briatore concordou com um "não temos nada a perder".
Alonso, então, fez sua parada."Certo, vamos nos concentrar em Nelson", comentou Symonds. Piquet estava atrás de Rubens Barrichello e, apesar da pressão, não o superava. "Fala para ele pisar fundo", pediu Briatore. Symonds começou a observar o tempo de volta de Nelsinho. Trinta segundos depois, o brasileiro abria a 14.Symonds pediu ao engenheiro de Piquet que "você tem que forçá-lo muito agora. Se ele não conseguir passar Barrichello, ele... ele não vai a lugar nenhum. Ele tem que passar Barrichello nesta volta".
Segundos depois, veio a batida.Briatore reagiu com uma série de palavrões, um "foda, ele não é piloto". Mesmo assim, manteve seu "não-piloto" para a temporada 2009, com uma redução salarial, de US$ 1,5 milhão para US$ 1 milhão, e um contrato com base numa cláusula de performance.

Depois de analisar a telemetria e os depoimentos, os comissários do GP da Bélgica decidiram enviar a questão ao Conselho Mundial. Eles não puderam questionar Piquet sobre as alegações de Symonds de que foi o piloto quem levantou a possibilidade de uma batida intencional, mas consideraram que a admissão de Symonds de que houve a discussão da possibilidade é um "suporte substancial" da alegação de Piquet de que a batida foi deliberada.Segundo os comissários, a soma de vários fatores levaram a "concluir que as alegações de Piquet são, em sua maior parte, verdadeiras."

Estas questões foram a confissão de Symonds de que conversou com Piquet, sua recusa em responder nos dias 27 e 28 o que foi discutido quando ele, Piquet e Briatore se encontraram antes da corrida, e, por último, sua recusa em negar que indicou onde e em que volta Piquet deveria bater.Os comissários não consideraram somente a telemetria para ter uma evidência conclusiva de que Nelsinho se acidentou intencionalmente, mas usaram a confissão como base para saber como ele causou a batida.As alegações de Piquet e as respostas e recusas de Symonds em responder foram o que conduziu os representantes da FIA àquela conclusão.

"Parece indicar aos comissários que poder ter havido alguma conversa na presença de Briatore sobre a possibilidade de causar uma batida deliberada", diz o relatório feito sobre a investigação. Apesar disso, não se declararam prontos "para tirar qualquer conclusão definitiva em relação ao conhecimento ou envolvimento de Flavio".Ainda assim, o documento declara que "a reação de Briatore quando ouviu dos comissários que seu diretor de engenharia havia admitido que discutiu um acidente proposital com Piquet não pareceu ser de susto ou raiva" e que a carta de Flavio a Nelson Piquet é uma "estranha reação à tal séria alegação" de extorsão por parte do tricampeão para a manutenção do filho na equipe.

O texto levanta suspeitas sobre a veracidade da acusação de Flavio. "A resposta mais lógica vinda de uma posição de inocência poderia ter sido a abertura de uma investigação interna ou relatar as alegações à FIA, tomando todas as providências necessárias para confirmar que elas eram infundadas, acabando, deste modo, com a suposta ameaça de extorsão."O relatório da FIA é finalizado com a confirmação de que "existe uma evidência que, no geral, sugere que a batida de Piquet foi deliberada e fazia parte de um plano destinado a assegurar um benefício para a equipe, em que pelo menos um membro da cúpula da Renault foi cúmplice."

Para ser campeão Rubens terá de evitar a “Maldição de Monza”

13 de setembro de 2009 - 11:56

Foto: Reprodução/Grande Prêmio


A vitória de Rubens Barrichello hoje no GP da Itália foi decisiva nas suas aspirações ao título mundial, mas ao mesmo tempo pode ter sido um mau sinal para quem acredita em coincidência ou superstição. Afinal, já há seis anos o vencedor da corrida em Monza não termina o ano como campeão. E pior que isso: desde 1990, apenas três vezes quem chegou em primeiro na Itália sagrou-se campeão mundial.
A “maldição de Monza”, que acabei de inventar, durou dez anos ininterruptos, de 1990 (quando Ayrton Senna venceu e foi bicampeão) a 2000 (quando Michael Schumacher quebrou a escrita). Depois disso, somente Michael Schumacher conseguiu ganhar e Monza e ser campeão novamente, em 2003. Em todos os outros anos, a vitória não coincidiu com o título.Confira abaixo a lista dos últimos 20 vencedores em Monza, comparando com o campeão da temporada.

Ano

Campeão Mundial Vencedor do GP da Itália
1990
Ayrton Senna (McLaren-Honda) Ayrton Senna (McLaren-Honda)

1991
Nigel Mansell (Williams-Renault) Ayrton Senna (McLaren-Honda)

1992
Nigel Mansell (Williams-Renault) Ayrton Senna (McLaren-Honda)

1993
Alain Prost (Williams-Renault) Damon Hill (Williams-Renault)

1994
Michael Schumacher (Benetton-Ford) Damon Hill (Williams-Renault)

1995
Michael Schumacher (Benetton-Renault) Johnny Herbert (Benetton-Renault)

1996
Damon Hill (Williams-Renault) Michael Schumacher (Ferrari)

1997
Jacques Villeneuve (Williams-Renault) David Coulthard (McLaren-Mercedes)

1998
Mika Hakkinen (McLaren-Mercedes) Michael Schumacher (Ferrari)

1999
Mika Hakkinen (McLaren-Mercedes) Heinz-Harald Frentzen (Jordan-Mugen)

2000
Michael Schumacher (Ferrari) Michael Schumacher (Ferrari)

2001
Michael Schumacher (Ferrari) Juan Pablo Montoya (Williams-BMW)

2002
Michael Schumacher (Ferrari) Rubens Barrichello (Ferrari)
2003
Michael Schumacher (Ferrari) Michael Schumacher (Ferrari)

2004
Michael Schumacher (Ferrari) Rubens Barrichello (Ferrari)

2005
Fernando Alonso (Renault) Juan Pablo Montoya (McLaren-Mercedes)

2006
Fernando Alonso (Renault) Michael Schumacher (Ferrari)

2007
Kimi Raikkonen (Ferrari) Fernando Alonso (McLaren-Mercedes)

2008
Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes) Sebastian Vettel (Toro Rosso-Ferrari)

2009
? Rubens Barrichello (Brawn-Mercedes)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Lotus volta à Fórmula 1 com investimentos da Malásia


Por Alan Baldwin

LONDRES (Reuters) - A Lotus, um dos nomes mais vitoriosos do passado da Fórmula 1, retornará à categoria no ano que vem sob controle malaio.

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) informou em comunicado nesta terça-feira que tomou a decisão após intenso processo de seleção. A nova equipe se chamará Lotus F1 Team e é uma parceria entre o governo da Malásia e um consórcio de empresários malaios.
"Os carros serão construídos na Malásia, por malaios", afirmou o governo malaio em comunicado separado.

A vaga no grid ficou disponível depois que a BMW anunciou que se retiraria da competição no próximo ano, seguindo os passos da Honda. Nesta terça, a montadora alemã anunciou a venda da equipe de F1 para um grupo suíço.

A FIA afirmou que a BMW-Sauber ganhou uma vaga reserva para preencher qualquer espaço que possa aparecer até o início do campeonato de 2010.
"Além disso, a FIA acredita que pode ser um bom negócio expandir o grid para 14 equipes", acrescentou a entidade.

O empresário malaio Tony Fernandes será o diretor principal da Lotus.
Ele acertou um orçamento com a Air Asia, atualmente patrocinadora da equipe Williams, e é o 15o homem mais rico da Malásia com uma fortuna de 220 milhões de dólares, segundo a Forbes Malásia.

O diretor técnico Mike Gascoyne já esteve anteriormente com a Force India, Jordan, Toyota e Renault.

Como parte do plano para competir em 2010, a Lotus firmou acordo de fornecimento de motores com a Cosworth.

"A equipe anunciará seus dois pilotos em 31 de outubro. Atualmente seis pilotos internacionais e locais foram selecionados", afirmou o governo malaio.

A Lotus original venceu sete campeonatos de construtores da F1 e seis títulos com pilotos entre 1963 e 1978 sob a liderança de Colin Chapman, um dos mais inovadores engenheiros do esporte.
Chapman morreu de um ataque cardíaco em 1982 e empresa teve problemas administrativos em 1994 depois de dar a primeira vitória ao piloto brasileiro Ayrton Senna em 1985.

sábado, 12 de setembro de 2009

FORMULA 1 GRAN PREMIO SANTANDER D'ITALIA 2009 (Saturday Practice)

Relatório da FIA indica que alegações de Nelsinho são verdadeiras

Investigação conduzida pela FIA conclui que alegações de Nelsinho Piquet de armação no GP de Cingapura do ano passado são verdadeiras

Warm Up

A investigação que a FIA conduziu sobre o caso Cingapura concluiu, após a denúncia de Nelsinho Piquet, dados da telemetria e (a falta de) declarações de Pat Symonds que as acusações do brasileiro referente ao acidente deliberado são, "em larga parte, verdadeiras".O dossiê detalha datas e dados, legenda telemetria e indica esboços de respostas de Symonds que acabam representando uma confissão indireta do plano que armou uma batida de Nelsinho na volta 14 daquela corrida para beneficiar Fernando Alonso, que acabou como vencedor.Piquet foi convocado para ir à sede da FIA em Paris para prestar depoimento sobre o episódio cingapuriano quatro dias depois de seu pai, Nelsão, avisar Max Mosley do ocorrido. Nelsinho esclarece que participou de uma reunião com Flavio Briatore e Symonds em que ficou acordado o acidente proposital entre as voltas 13 e 14, fato que se daria depois da parada de Alonso nos pits para troca de pneus e reabastecimento.Além do já divulgado dias atrás, Nelsinho explicou que, para perder o controle de seu carro na saída da curva 17, tocou o acelerador antes do previsto. Quando estava rodando, instintivamente tirou o pé do pedal e depois voltou a pressioná-lo, "quase 100%", até haver o choque no muro de concreto. "Os dados de telemetria mostram claramente isso", afirmou Piquet.

A telemetria abaixo aponta que o traço da aceleração, vermelho, aponta o dito por Nelsinho, que deu 100% no pedal antes do normal para induzir a uma rodada, a tirada de pé (A) e a reaceleração total para chegar no momento da batida (B).

De posse da acusação de Piquet, investigadores da agência especializada Quest, os comissários do GP da Bélgica — Lars Osterlind e Vassilis Despotopoulos, ambos membros do Conselho Mundial da FIA, e Yves Bacquelaine —, Herbie Blash, observador da FIA, deram início às investigações, entrevistando membros da Renault e Alonso, e a posteriori chamaram Symonds.

Posto na parede em 27 de agosto em Spa-Francorchamps, o diretor da Renault foi questionado sobre a reunião e o que foi dito nela, a batida na volta 14 e o encontro com Piquet para definir o lugar específico do ato. Para nenhuma destas perguntas houve uma negativa, algo que seria comum se não houvesse participação no plano. Blash ainda comentou que a "falta de vontade" em colaborar poderia significar uma confissão, e Symonds rebateu que "esperava isso".

No dia seguinte, Pat foi novamente convocado, e pouco acrescentou — após ter conversado com Briatore, que havia chegado à pista belga.Eis o diálogo de Blash com Symonds:

Comissário da FIA: (Com relação à reunião de Cingapura envolvendo Flavio Briatore, Pat Symonds e Nelsinho Piquet) Em suas próprias palavras, Symonds, você se lembra do que foi dito a Nelsinho Piquet naquela reunião? Isto é, pouco antes da corrida.

Symonds: Eu realmente não me lembro.Comissário da FIA: Você não se lembra? Symonds: Não.

Comissário da FIA: Nelsinho Piquet afirmou que você pediu para que ele causasse uma falha deliberada. Isso é verdade?

Symonds: Nelson tinha falado comigo no dia anterior e sugeriu isso. É isso o que gostaria de dizer.

Comissário da FIA: Symonds, você estava ciente de que haveria um acidente na volta 14? Symonds: Eu não quero responder a essa pergunta.

Comissário da FIA: Há apenas uma coisa que eu quero perguntar e vou colocá-la de uma forma que você possa pensar a respeito, pelo menos. Piquet diz ter tido uma primeira reunião com você e Flavio Briatore. Depois, você encontrou com ele individualmente com o mapa do circuito. Você se lembra disso?

Symonds: Eu não vou responder. Prefiro não responder a isso. Não me lembro, mas parece que a conversa de Nelson foi sobre mais do que isso.

Comissário da FIA: Piquet também diz que, nessa reunião, você apontou um lugar específico do circuito onde ele deveria bater e disse que o local era o mais afastado de qualquer um dos equipamentos de segurança ou de elevação e onde existia a chance mais provável do carro de segurança ser acionado.

Symonds: Eu não... Não quero responder a essa pergunta.

Comissário da FIA: Porque, só para ficar bem claro aqui, que Nelson Piquet Jr. disse que, nessa reunião, foi você que pediu para que o acidente acontecesse de forma deliberada. Symonds: Eu não posso te responder.

Comissário da FIA: Se eu pudesse dizer que, Symonds, você foi colocado na posição de pedir que Piquet causasse o acidente, seria muito melhor. Seria muito melhor para você a longo prazo.

Symonds: Compreendo perfeitamente isso.

Comissário da FIA: Sim. Symonds: Eu não tenho intenção de mentir para você. Não menti para você, mas eu tenho de preservar, ao menos um pouco, a minha posição.

Comissário da FIA: E você está ciente de que os comissários podem tirar conclusões a partir de sua falta de disposição para auxiliá-los em relação ao que se passou nessa reunião?

Symonds: Eu gostaria de esperar. Gostaria de esperar, absolutamente.

Comissário da FIA: Eu acho que não tenho dúvidas. Symonds também foi questionado sobre a impressão do incidente, via telemetria, tanto do carro de Alonso quanto do de Piquet. As cópias foram mostradas a ele.

Comissário da FIA: Eu acho que você já sabe o que vou lhe perguntar aqui. Symonds: Eu acho que sim.

Comissário da FIA: Há um giro mais significante gravado aqui. Você vai ver que foi marcado pelo departamento técnico da FIA como um rápido aumento de aplicação do pedal do acelerador .

Symonds: Hum.Comissário da FIA: Não, está no acelerador. Há uma ligeira liberação do acelerador quando as rodas começam a girar, mas quando estão mais elevadas, parece haver uma reaplicação do acelerador em quase 100%.Symonds: Sim.

Comissário da FIA: Vou dizer para você, Symonds, que isso é uma parte muito incomum da telemetria e que sugere que este pode ter sido um acidente proposital.

Symonds: Concordo que é incomum.

Comissário da FIA: Você diria que foi uma batida deliberada?

Symonds: Não tenho certeza de que eu já vi uma colisão deliberada, por isso eu ... Os dados são muito incomuns.

Comissário da FIA: É contra-intuitivo para um piloto colocar o pé no acelerador por completo quando ele está rodando, não, Symonds?

Symonds: É. Sim, quando ele está rodando, é contra-intuitivo.Briatore, então, foi o alvo. Negou tudo. Disse que ficou sabendo por um membro de sua empresa de gerenciamento de pilotos sobre a acusação da armação e que foi, tal como já dito, vítima de extorsão da família Piquet e que levaria o caso à justiça se este viesse à tona.

Foi o que fez.Só depois das entrevistas feitas que a FIA e a Quest tiveram acesso aos dados da Renault, em disco, e à transmissão de rádio. As informações da equipe apontavam as estratégias de corrida, que davam a Alonso a chance de parar duas ou três vezes. Em ambas, o espanhol largaria com uma quantidade de gasolina parca, de 63 kg, que o faria ir aos pits na volta 14.

Para Nelsinho, a tática seria de duas paradas, com combustível considerado normal, nas voltas 28 e 44.Symonds acabou, então, mudando o estratagema de Alonso durante a corrida, fazendo-o parar duas voltas antes do previsto.As gravações de rádio mostram um Symonds nervoso por Alonso estar perdendo tempo sem conseguir superar um rival. "Enquanto estivermos atrás de (Kazuki) Nakajima, estamos fodidos", bravejou. Um engenheiro concordou, dizendo que "sim, vai foder nossa estratégia de três paradas completamente".Symonds surpreendeu o engenheiro — e daí imaginar que ninguém mais na Renault sabia da conspiração — com a informação de que não seriam mais três paradas. O funcionário lembrou que, pelo desenrolar da corrida de Alonso, a ida ao pit poderia acontecer na volta 15 ou 16. Respondeu

Symonds: "Não se preocupe com o combustível porque eu vou tirá-lo desse tráfego mais cedo."Enquanto Symonds "lamentava" Alonso não passar Nakajima, o dirigente reclamava um suposto problema nos computadores. O japonês da Williams, então, passou Jarno Trulli. No giro seguinte, o espanhol fez o mesmo, mas permitiu que Kazuki abrisse 4s de vantagem.Concomitante a isso, Piquet perguntava em que volta estava. Era a 8. A um engenheiro, que pensava que a dúvida de Nelsinho se dava por conta do consumo de gasolina, Symonds falou que "só fala para ele que está... está para completar... completar a volta 8". O brasileiro explicou que não conseguia ver a placa dos boxes.

Apesar de começar a andar quase 1s5 mais rápido que Nakajima, Alonso avisou que estava com problemas de aderência em seus pneus. Apareceu na história Briatore, que disse: "Não tem como passar Nakajima com esses pneus".Aí Symonds "mudou" a estratégia. Apontou que Alonso pararia na 12, "porque parece que vai dar certo". Um engenheiro perguntou a Pat "se não era um pouco cedo", e Symonds "teimou". Briatore concordou com um "não temos nada a perder". Alonso, então, fez sua parada."Certo, vamos nos concentrar em Nelson", comentou Symonds. Piquet estava atrás de Rubens Barrichello e, apesar da pressão, não o superava. "Fala para ele pisar fundo", pediu Briatore.

Symonds começou a observar o tempo de volta de Nelsinho. Trinta segundos depois, o brasileiro abria a 14.Symonds pediu ao engenheiro de Piquet que "você tem que forçá-lo muito agora. Se ele não conseguir passar Barrichello, ele... ele não vai a lugar nenhum. Ele tem que passar Barrichello nesta volta". Segundos depois, veio a batida.Briatore reagiu com uma série de palavrões, um "foda, ele não é piloto".

Mesmo assim, manteve seu "não-piloto" para a temporada 2009, com uma redução salarial, de US$ 1,5 milhão para US$ 1 milhão, e um contrato com base numa cláusula de performance.Depois de analisar a telemetria e os depoimentos, os comissários do GP da Bélgica decidiram enviar a questão ao Conselho Mundial. Eles não puderam questionar Piquet sobre as alegações de Symonds de que foi o piloto quem levantou a possibilidade de uma batida intencional, mas consideraram que a admissão de Symonds de que houve a discussão da possibilidade é um "suporte substancial" da alegação de Piquet de que a batida foi deliberada.Segundo os comissários, a soma de vários fatores levaram a "concluir que as alegações de Piquet são, em sua maior parte, verdadeiras." Estas questões foram a confissão de Symonds de que conversou com Piquet, sua recusa em responder nos dias 27 e 28 o que foi discutido quando ele, Piquet e Briatore se encontraram antes da corrida, e, por último, sua recusa em negar que indicou onde e em que volta Piquet deveria bater.

O relatório destaca que os comissários não consideraram somente a telemetria para ter uma evidência conclusiva de que Nelsinho se acidentou intencionalmente, mas usaram a confissão como base para saber como ele causou a batida.Pouco depois, o relatório reitera que foram as alegações de Piquet e as respostas e recusas de Symonds em responder o que conduziu os representantes da FIA àquela conclusão. "Parece indicar aos comissários que poder ter havido alguma conversa na presença de Briatore sobre a possibilidade de causar uma batida deliberada", diz o texto. Apesar disso, não se declararam prontos "para tirar qualquer conclusão definitiva em relação ao conhecimento ou envolvimento de Briatore".Ainda assim, o documento declara que "a reação de Briatore quando ouviu dos comissários que seu diretor de engenharia havia admitido que discutiu um acidente proposital com Piquet não pareceu ser de susto ou raiva" e que a carta de Flavio a Nelson Piquet é uma "estranha reação à tal séria alegação" de extorsão por parte do tricampeão para a manutenção do filho na equipe.O texto levanta suspeitas sobre a veracidade da acusação de Flavio.
"A resposta mais lógica vinda de uma posição de inocência poderia ter sido a abertura de uma investigação interna ou relatar as alegações à FIA, tomando todas as providências necessárias para confirmar que elas eram infundadas, acabando, deste modo, com a suposta ameaça de extorsão."O relatório da FIA é finalizado com a confirmação de que "existe uma evidência que, no geral, sugere que a batida de Piquet foi deliberada e fazia parte de um plano destinado a assegurar um benefício para a equipe, em que pelo menos um membro da cúpula da Renault foi cúmplice."

Flavio Briatore x Nelsinho Piquet

A briga Flavio Briatore x Nelsinho Piquet agora esquentou de vez e foi para o lado pessoal. Em entrevista após os treinos livres para o GP da Itália, o italiano bateu forte no ex-piloto da sua equipe.

"Ele [Nelsinho] me acusou também de ter rompido uma relação dele com um amigo seu. Eu não gosto de ser acusado sem razão. Fiz isto porque o pai dele havia me pedido. Nelsinho vivia com este senhor de 50 anos, não se sabia que relação eles tinham e o pai estava preocupado com isso.
Ele pediu para interferir. Eu proibi este homem de vir às corridas e transferi Nelsinho de Oxford para Londres, para o prédio onde eu vivo, para tê-lo sob controle. Foi um pedido do pai e Nelsinho agora me acusa de ter lhe tirado até mesmo os amigos", revelou o chefão da Renault.

Não satisfeito, Briatore também alfinetou o tricampeão mundial Nelson Piquet: "Ele sempre gostou de criar confusão e atacar os outros, começando por Senna ou pela mulher de Mansell. Ele sempre fez isso".

Segundo investigação do site Tazio (http://tazio.uol.com.br), o homem citado pelo italiano se chama Marc, uma espécie de "pai britânico" de Nelsinho que o apoiava desde a F-3. Ainda de acordo com o Tazio, os dois realmente se desentenderam, mas não houve nenhuma suspeita de cunho sexual sobre o incidente como deu a entender o mandachuva da escuderia francesa.

Renault pode ser banida da F-1 se armação for provada, diz Max Mosley

MONZA, Itália (AFP) - A escuderia Renault poderá ser banida da Fórmula-1 se a armação de que é acusada no GP de Cingapura-2008 for comprovada, indicou Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

"A punição pode chegar até a desclassicação. O código prevê isso. Uma exclusão para sempre. Ponto. É o que pode acontecer como pior castigo. Mas atenção: não estou dizendo que isso vai acontecer", declarou o britânico.

"Esperamos as versões. Somente depois de ouvir as duas partes poderemos chegar a uma conclusão. Na maior parte do tempo, se diz que alguém é inocente até que se prove o contrário. Estamos enquadrados nesse tipo de situação", observou o titular da FIA.

O fato de um piloto bater voluntariamente a pedido de sua equipe, acusação que pesa sobre a Renault, é algo mais grave que uma armação, segundo Mosley.

"Se um ciclista se dopa, isso é armação. Se corrompe alguém do pelotão para cair e derrubar o malha amarela, isso é mais sério. Mas se coloca em risco vidas humanas, sejam espetadores, comissários ou pilotos, então é muito mais sério", comentou.Segundo Mosley, Nelson Piquet Jr. obteve a imunidade esportiva por sua colaboração no caso."Dissemos a ele para nos dizer a verdade. Não haverá processo contra ele, evidente", explicou Mosley.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

FORMULA 1 GRAN PREMIO SANTANDER D'ITALIA 2009 (Friday Practice 2)

FORMULA 1 GRAN PREMIO SANTANDER D'ITALIA 2009 (Friday Practice 1)

Horários do GP da Italia

Santander confirma que será principal patrocinador da Ferrari por 5 anos

O Banco Santander confirmou que será o patrocinador principal da Ferrari pelos próximos cinco anos. Não houve o esperado anúncio de Fernando Alonso como piloto do time

Warm Up

O banco Santander será o patrocinador principal da Ferrari pelos próximos cinco anos. Em comunicado enviado à imprensa e em cerimônia em Monza, a instituição financeira confirmou o acordo com o time de Maranello. O Santander, espanhol, estava na McLaren desde 2007, com a chegada de Fernando Alonso — apoiado pessoalmente pelo banco. A empresa tinha em mãos uma cláusula de renovação automática com o time de Woking por mais dois anos, mas preferiu não exercer a opção. O anúncio da contratação de Alonso pela Ferrari, esperado por muitos, não veio. Apesar da mudança de escuderia, o banco vai continuar nomeando os GPs da Itália, da Alemanha e da Inglaterra, com forte participação nos da Espanha, Europa e Brasil — seus principais mercados.
Na cerimônia, Emilio Botín, presidente do Santander, comparou sua empresa à equipe de Maranello. "Eu me atreveria a dizer que, hoje, o Santander é para os bancos o que a Ferrari é para a F1: um símbolo de tradição, êxito e fortaleza. A F1 se rendeu ao vermelho", falou.Luca di Montezemolo exaltou o acerto. "Estamos muito felizes de termos um novo parceiro como o Santander, com quem estamos começando uma colaboração muito importante e a longo prazo. Compartilhamos valores, como o esforço pela excelência, a paixão pela competição, a abordagem internacional e a cor vermelha. Estes valores vão criar uma parceria frutífera, notável ao redor do mundo."

Presidente da Renault pretende processar Nelsinho Piquet

10 de Setembro de 2009 18:55

O brasileiro Carlos Ghosn, presidente da Renault, chamou Flavio Briatore às pressas nesta quinta-feira para pedir explicações sobre a suposta armação que proporcionou a vitória de Fernando Alonso no GP de Cingapura do ano passado.

De acordo com o site da emissora norte-americana SpeedTV, Ghosn estaria disposto a apoiar o dirigente e o chefe de engenharia Pat Symonds, cogitando a possibilidade de até mesmo processar o brasileiro Nelsinho Piquet.

Piquet supostamente bateu de propósito no circuito da Marina Bay, de forma a provocar a entrada do safety car na pista, favorecendo assim o companheiro de equipe Alonso, que havia acabado de reabastecer seu carro.

Irritado com a demissão após o GP da Hungria deste ano, Nelsinho e seu pai, Nelson Piquet, teriam procurado a FIA para revelar toda a armação. Desta forma, tanto a Renault quanto Briatore podem ser seriamente punidos, ao passo que Nelsinho escaparia ileso por conta da iniciativa de revelar a verdade.

Devido ao escândalo, a Renault está com a sua imagem manchada, aumentando assim os boatos que a montadora pretende deixar a Fórmula 1 ao término da atual temporada.

Nelsinho confirma armação a pedido dos chefes em depoimento à FIA

Depoimento dado por Nelsinho Piquet em 30 de julho aponta que Pat Symonds, ao lado de Flavio Briatore, pediu ao piloto que batesse deliberadamente para que ajudasse a equipe a vencer GP de Cingapura com Fernando Alonso

Warm Up


O resultado do GP de Cingapura foi mesmo resultado de uma armação da Renault que contou com a participação de Nelsinho Piquet. O site "F1sa" divulgou nesta quinta-feira (10) a carta de quatro páginas com o depoimento que o brasileiro deu à FIA em 30 de julho, quatro dias depois do GP da Hungria, seu último pela Renault, em que confirma o plano do chefe Flavio Briatore e do diretor Pat Symonds de "sacrificar" a corrida do brasileiro para que Fernando Alonso tivesse a oportunidade de vencer a corrida.

Em 17 parágrafos, Piquet contou que aceitou a proposta feita por Briatore e Symonds de bater deliberadamente na corrida entre as voltas 13 e 14, num determinado ponto da pista em que definitivamente houvesse a necessidade da entrada do safety-car para que Alonso, recém-saído dos boxes após uma parada para troca de pneus e reabastecimento, subisse na classificação. Nelsinho ressaltou que só aceitou a proposta da cúpula da Renault por estar em um "estado emocional muito frágil" porque não sabia se seu contrato seria renovado para 2009.

Eis a tradução na íntegra do depoimento de Nelsinho à FIA:Eu, Nelson Angelo Piquet, nascido em 25 de julho de 1985, em Heidelberg, Alemanha ... digo o seguinte:

1. Salvo o que for dito de outra maneira, os fatos e declarações contidos neste depoimento são baseados em fatos e assuntos de meu conhecimento. Acredito que tais fatos e declarações contidos neste depoimento são verdadeiros e corretos. Onde quaisquer fatos e depoimentos não forem do meu inteiro conhecimento, são verdadeiros conforme meu conhecimento e lembrança e, se apropriado, eu indico a fonte do meu conhecimento e lembrança.

2. Faço este depoimento voluntariamente para a FIA e com a finalidade de permitir à FIA que exerça as suas funções de supervisão e de regulamentação no que diz respeito ao Mundial de F1.

3. Estou ciente de que existe um dever a todos os participantes do Mundial de F1 e a todos os portadores da superlicença para garantir a justiça e a legitimidade do campeonato e estou ciente de que graves consequências podem ocorrer se eu der à FIA qualquer declaração falsa ou enganosa.

4. Eu tenho ciência de que o meu depoimento completo foi gravado em uma fita de áudio e que uma transcrição completa da minha gravação de áudio será disponibilizada para mim e para a FIA. O presente documento constitui um resumo dos principais pontos feitos durante a minha declaração oral.

5. Gostaria de trazer os seguintes fatos ao conhecimento da FIA.

6. Durante o GP de Cingapura de F1, organizado em 28 de setembro de 2008 e válido pelo Campeonato Mundial do mesmo ano, fui orientado por Flavio Briatore, meu empresário e chefe de equipe da Renault, e por Pat Symonds, diretor-técnico da Renault, a deliberadamente bater meu carro para influenciar de forma positiva o desempenho da equipe no evento em questão. Concordei com a proposta e causei um acidente ao bater com meu carro no muro durante a 13ª/14ª volta da prova.

7. A proposta de causar deliberadamente um acidente foi feita a mim pouco antes da corrida, quando fui chamado por Briatore e Symonds ao escritório de Briatore. Symonds, na presença de Briatore, me perguntou se eu estaria disposto a sacrificar minha corrida pela equipe "causando um safety-car". Todos os pilotos de F1 sabem que o safety-car é liberado quando há um acidente que bloqueie a pista, seja por destroços de uma batida ou por um carro parado, assim como quando há dificuldade de remover um carro danificado, como foi o caso.

8. Na época em que aconteceu a conversa, eu estava em um estado emocional muito frágil. Isso foi causado pelo intenso estresse provocado pela recusa de Briatore em me informar se meu contrato de piloto seria ou não renovado para a próxima temporada (2009), como costumeiramente é o caso no meio do ano (entre julho e agosto). Ao invés disso, Briatore repetidamente me pediu para assinar uma "opção", que significava que eu não poderia negociar com nenhuma outra equipe neste período. Ele seguidamente me pressionava a prolongar a opção que eu havia assinado, e regularmente me chamava ao seu escritório para falar sobre essas renovações, até mesmo em dias de corrida — em um momento que deveria ser de concentração e relaxamento antes da prova. Este estresse era acentuado pelo fato de que eu havia me classificado na 16ª posição no grid para o GP de Cingapura, então estava muito inseguro com relação ao meu futuro na Renault. Quando fui pedido para bater meu carro e causar um safety-car para ajudar o time, aceitei, pois esperava que isso fosse melhorar minha posição na equipe neste período crítico da temporada. Em nenhum momento ninguém me disse que, por concordar em causar um incidente, teria garantido a renovação do meu contrato ou qualquer outra vantagem. Entretanto, no contexto, pensei que isso me ajudaria a alcançar este objetivo. Por isso, concordei em provocar o incidente.

9. Depois do encontro com Symonds e com Briatore, Symonds me levou a um canto tranquilo e, usando um mapa, me indicou exatamente a curva em que eu deveria bater. Esta curva foi escolhida por causa do local específico da pista, que não tinha guindastes para suspender e levar rapidamente um carro danificado para fora, nem qualquer abertura na pista, o que permitiria a um fiscal retirar rapidamente o carro. Portanto, considerou-se que um acidente naquele lugar específico quase com certeza causaria uma obstrução da pista, o que resultaria na entrada do safety-car para permitir a liberação dela e garantir a continuação em segurança da corrida.

10. Symonds também me disse exatamente em que volta eu deveria causar o incidente, de modo que uma estratégia pudesse ser implantada para que o meu companheiro, Fernando Alonso, pudesse reabastecer nos boxes pouco antes da entrada do safety-car, o que ele de fato fez na volta

11. A chave para essa tática residia na quase certeza de que o safety-car entraria na pista nas voltas 13 ou 14, permitindo ao time fazer Alonso largar com uma estratégia de combustível agressiva, usando um carro leve com gasolina suficiente para parar na volta 12, mas não mais do que isso. Isso permitiria a Alonso ultrapassar tantos carros (mais pesados) fosse possível, sabendo que, depois, aqueles carros teriam dificuldades de alcançá-lo pela posterior entrada do safety-car. Esta estratégia foi bem-sucedida, e Alonso venceu o GP de Cingapura de F1 em 2008.

12. Durante estas discussões, não foi feita nenhuma menção em relação às implicações de segurança dessa tática, seja para mim, para o público ou para os outros pilotos. O único comentário feito neste contexto foi de Pat Symonds, que me alertou para "ter cuidado", o que eu interpretei como não me contundir.

13. Eu causei intencionalmente a batida, deixando perder o controle do carro pouco antes da curva pertinente. A fim de me certificar de que eu causaria o incidente durante a volta certa, eu perguntei à equipe por diversas vezes o número da volta em que estávamos, o que normalmente não faço. Nem eu, nem ninguém se lesionou no acidente.

14. Após as discussões com Briatore e com Symonds, descritas acima, a "estratégia do acidente" nunca mais foi discutida novamente com qualquer um deles. Briatore disse discretamente "obrigado" após o final da corrida, sem mencionar mais nada. Não sei se alguém tinha conhecimento desta estratégia no início da prova.

15. Depois da corrida, eu informei a Felipe Vargas, um amigo da família e conselheiro, o fato de que o incidente havia sido deliberado. Vargas ainda informou ao meu pai, Nelson Piquet, algum tempo depois.

16. Após a prova, vários jornalistas fizeram perguntas sobre o acidente e me perguntaram se eu tinha feito de propósito, pois acharam o incidente "suspeito".

17. Na minha própria equipe, o engenheiro do meu carro questionou a natureza do incidente, pois considerou incomum, mas eu respondi que tinha perdido o controle do carro. Eu acredito que um engenheiro inteligente notaria pela telemetria do carro que o acidente foi proposital, porque continuei acelerando, enquanto que a reação "normal" seria a de usar o máximo de freio possível.

A afirmação foi feita na sede da FIA, em Paris, no dia 30 de julho de 2009, na presença de Alan Donnelly (presidente dos comissários da FIA), Martin Smith e de Jacob Marsh (ambos da empresa de investigações Quest, contratada pela FIA para ajudar na investigação).O Grande Prêmio também confirma a informação de que Alonso não tinha conhecimento da trama que lhe beneficiou na corrida em Cingapura.